DEUS SEMPRE NO CONTROLE
No último domingo, nós, brasileiros fomos às urnas para escolher o presidente do nosso país. Votamos conforme a nossa consciência. Diante do cenário nacional fizemos as coisas de acordo com nossas preferências e nossas convicções, por meio do voto. Fiz a minha escolha e você também fez a sua escolha. À noite veio o resultado. Para muitos o resultado trouxe o sentimento de frustração, já para outros, o sentimento de regozijo circunstancial. Para quem apostou na reeleição do atual governo ficou um gosto amargo de “derrota” e de decepção. Para quem apostou na outra opção, o espírito de euforia e comemoração.
Claro, não havia cristão que votou apenas no atual governo, também existe cristão que votou no candidato que almejava voltar à Presidência da República. Não me sinto à vontade para fazer juízo de valor sobre as pessoas e suas escolhas. Não é o papel de nossa reflexão, aqui, estigmatizar pessoas nem depreciá-las. Porém, como é sabido que existem muitos apoiadores do candidato eleito que não professam a fé cristã; talvez, em razão de um engajamento fervoroso de milhares de cristãos, mas, ao mesmo tempo, ingênuos; tais pessoas tenham zombado da parte “derrotada”, dizendo: “O teu Deus, onde está?” (Sl 42. 3). A derrota de Bolsonaro, confirmada domingo, pelo resultado da urna, pode parecer um insulto à sua fé: “O teu Deus, onde está?” (Sl 42. 10).
Talvez não seja uma pergunta feita pelo outro, mas feita pelo seu próprio coração: “o meu Deus, onde está?”. Talvez o seu questionamento esteja vinculado àquilo que você fez. Suas expectativas foram infladas. Você orou, jejuou, intercedeu, chorou e conversou com pessoas, porém nada aconteceu como você queria. Bem, seja a pergunta do outro que esmaga o seu coração, seja a pergunta feita por você mesmo, não importa a sua origem, pois o Senhor Deus, encontra-se no mesmo lugar de onde jamais deixou de estar. Ele continua reinando no seu alto e sublime trono. Claro que o exercício de nossa liberdade traz consequências para o bem ou para o mal. Todavia, não importa, porque sabemos que o Senhor reina de modo absoluto para nos abençoar ou para nos disciplinar.
Talvez você esteja dizendo: “Eu queria tanto que o atual presidente fosse reeleito”. “Por que Deus não ouviu nem respondeu a nossa súplica?” Na verdade ouviu, sim. A resposta veio, sim. Se você tem como modelo o Senhor Jesus para as suas orações, então esteja certo de que a sua oração foi ouvida e respondida, sim. Quando Jesus rumava para Jerusalém para ser crucificado, ele sentiu o peso daquilo que haveria de enfrentar na cruz. Sendo assim, Jesus desejou muito que o Pai passasse dele o cálice. Orou insistentemente, dizendo: “Meu Pai, se possível, passe de mim este cálice!” (Mt 26. 39, 42, 44). Porém, mesmo diante da autenticidade de seu desejo, o Senhor Jesus decidiu submeter o seu desejo à vontade soberana de seu Pai, o qual é o nosso Deus e Pai.
Depois de cada pedido, ele disse: “Todavia, não seja como eu quero, e sim como tu queres” (Mt 26. 39, 42, 44). A oração de Jesus foi ouvida e respondida. A vontade de Deus foi cumprida e executada. Se você orou dizendo: “Pai, que seja feita a tua vontade”, então, saiba que a vontade de Deus foi feita. Não sabemos qual o propósito do resultado da eleição, mas, sabemos que os seus planos são bons. Ele sempre tem um bom propósito com tudo que acontece na história. “Sabemos que todas as coisas cooperam para bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito” (Rm 8. 28). Creio que agora não entendemos o motivo da derrota de Bolsonaro nem o porquê da eleição do Lula. Todavia, creio que durante os quatro anos os cristãos entenderão. Daí estaremos mais maduros e mais preparados para cumprir o nosso papel na sociedade contemporânea, como sal da terra e luz do mundo.
Entendo o seu abatimento e a sua indignação com o que tem acontecido em nosso país. Sou parte disso também com você. A frustração faz parte da experiência humana. O cristão não está imune à decepção. Todavia, o discípulo de Cristo tem o dever de rememorar e contar para todos os povos, mesmo em dias sombrios: “Reina o SENHOR” (Sl 96. 10). Mesmo diante da morte, mesmo diante de uma derrota, precisa saber e proclamar que o Senhor continua assentado sobre um alto e sublime trono (Is 6. 1). Igreja, Deus está sempre no controle. “Como ribeiros de águas assim é o coração do rei na mão do SENHOR; este, segundo o seu querer, o inclina” (Pv 21. 1). Portanto, Deus continua sempre no controle de todas as coisas.
Saiba que nada fugiu do controle do nosso Deus. Você pode fazer coro com o rei Davi, dizendo: “Teu, SENHOR, é o poder, a grandeza, a honra, a vitória e majestade; porque teu é tudo quanto há nos céus e na terra; teu, SENHOR, é o reino, e tu te exaltaste por chefe sobre todos” (1Cr 28. 11). O Senhor humilha, exalta, levanta e abate os reis da terra. Sendo assim, descanse o seu coração. Continue confiando no Deus soberano. Diga para si mesmo: “Bem sei que tudo podes, e nenhum dos teus planos pode ser frustrado” (Jó 42. 2). Às vezes o coração aperta, a angústia chega e a tristeza se aloja na alma, porém, mesmo assim, Deus tem uma vontade soberana em curso. Ele quer que a sua igreja a conheça, mas, mais do que isso, ele quer que a sua vontade seja experimentada, pois ela é boa, agradável e perfeita (Rm 12. 2). O leme da história está nas mãos do Senhor Deus. Portanto, lembre-se que Deus está no controle sempre!
Por: Rev. Fabio Henrique de Jesus Caetano.
Pastor da IPGII – DF.
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