Deus cumpre no tempo sua promessa

 Lidamos o tempo todo com aquilo que chamamos de tempo cronológico. A categoria de tempo da qual falamos aqui envolve hora, dia, mês, ano, década, século e milênio, e assim por diante. O tempo cronológico nos ajuda a organizar nossa agenda, estabelecer um alvo e ter uma meta na vida. Porém, não temos controle sobre o tempo. E por causa disso não é fácil lidar com ele.

Se por um lado, para muitos, o tempo é o pior inimigo; a bem da verdade, o modo como lidamos com ele gera uma sensação angustiosa. Por vezes a nossa relação com o tempo é marcada por uma certa inquietação. Quando as expectativas não são alcançadas de acordo com a previsão humana, não é incomum sermos assaltados pela ansiedade. Todavia, precisamos ser recordados que o nosso Deus é Senhor do tempo.

Não são raras as vezes que o desespero se instala no coração daquele que enfrenta algum tipo de tribulação. Geralmente quando as coisas não são concretizadas, conforme a nossa pretensão, então gritamos como o salmista, perguntando: “Até quando, SENHOR? Esquecer-te-ás de mim para sempre? Até quando ocultarás de mim o rosto?” (Sl 13. 1). Veja, portanto, que o grito da alma mostra a relação do nosso sofrimento dentro do tempo cronológico.

Portanto, não é incomum termos a sensação de que o tempo demorado consome a nossa alma e escoa a nossa energia, além de fazer com que um grito brote do nosso coração. Sensação essa que gera um buraco no âmago de nossa existência, fazendo com que pensemos equivocadamente que Deus não se importa conosco.

Portanto, o efeito do sofrimento dentro do tempo cronológico tende a produzir uma sensação de solidão. O tempo, entretanto, não pode anular a promessa do Senhor. Sua promessa não fica no esquecimento, nem pode ser sepultada pelos escombros do passado, nem se perde na caducidade da história. Reflita naquilo que Deus disse ao patriarca Abraão, mesmo antes de ter recebido o filho da promessa.

Deus disse assim ao patriarca: “Sabe, com certeza, que tua posteridade será peregrina em terra alheia, e será reduzida à escravidão, e será afligida por quatrocentos anos” (Gn 15. 13). Note que os descendentes do patriarca haveriam de sofrer dentro do tempo cronológico. A opressão aconteceria. A vida seria difícil. Lágrimas iriam rolar. Gemidos brotariam da alma do povo por causa da escravidão, bem como por causa da opressão.

Por vezes, na cronologia do tempo,  somos submetidos a severas provações. Daí corremos o risco de acharmos que estamos sozinhos. Tendemos a pensar que Deus não vê o nosso drama nem ouve a nossa oração. Todavia, não é verdade. O Senhor Deus não sofre de amnésia. Ele não padece de demência. Ele não esquece nem é indiferente àquilo pelo qual passamos. Definitivamente sua promessa não fica no esquecimento.

A Escritura diz que no devido tempo, após um longo período de sofrimento, Deus “[...] lembrou-se da sua aliança com Abraão, com Isaque e com Jacó. E viu Deus os filhos de Israel e atentou para a sua condição” (Êx 3. 24, 25). São aqueles que iriam passar por tudo aquilo que foi predito, que haveria de acontecer na cronologia do tempo (Gn 15. 13, 16). Agora recebem a atenção de Deus. Sabe por quê? Porque Deus vela pela sua Palavra.

Talvez você esteja passando por situações difíceis na vida. Talvez as noites estejam sendo longas. Você não precisa fingir que está tudo bem. Mas uma coisa você precisa fazer também, a saber: Nunca se esqueça que Deus se importa sim com sua vida. Nunca se esqueça que a promessa foi feita pelo Deus fiel, eterno e imutável. Ele cuida de você. Saiba, portanto, que Ele jamais se esquece de você!

Na categoria do tempo cronológico, lembre-se que o tempo é servo de Deus. As coisas têm início, meio e fim. Existe o fim de finalidade, mas também fim de período de alguma coisa.  O povo que sofria foi visitado e liberto pelo Senhor do tempo (Êx 12. 37-41). Aquele que é fiel e verdadeiro cumpre sua promessa.

Hoje mesmo você pode contar com Sua presença, pois Ele afirma: “E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século” (Mt 28. 20). Na luta da vida você nunca esteve sozinho, nem jamais estará sozinho. Deus cumpre sua promessa! Enquanto o tempo não for alterado, apenas aguarde e confie no Deus da promessa. Aprenda a descansar naquele que é o Senhor e Deus do tempo.

Por: Rev. Fabio Henrique de Jesus Caetano.

Pastor efetivo da IPGII/DF.