ANANIAS, UM DISCÍPULO RETIRADO DO ANONIMATO
Ananias, portanto, revela prontidão[...] |
A
história do Senhor com o seu povo possui, de modo abundante, muitos exemplos de
personagens que ocuparam várias páginas da Escritura. Da mesma forma, também
têm muitos outros exemplos de pessoas que aparecem numa pequena narrativa.
Surgem de modo inesperado e também desaparecem de uma maneira abrupta. O
discípulo Ananias se enquadra nesse perfil. Ele aparece rapidamente na
narrativa de Lucas e também sai de cena de forma rápida. Todavia, embora a
menção de seu nome, assim como o seu feito sejam breves, entretanto, não
diminui o seu valor inestimável. Sua história, pelo contrário, fica registrada
como um grande outdoor numa parte estratégica da estrada da história
biográfica. Lucas escreve o legado inapagável deixado por Ananias. Sua marca é
permanente na história da igreja primitiva, pois faz parte da conversão de
Saulo de Tarso, acontecimento que faria parte definitiva do avanço missionário
da igreja. Ananias foi de fato um discípulo de valor. Um discípulo
retirado do anonimato para ressaltar que quem definitivamente tem o controle sobre tudo e todos é o SENHOR.
v Algumas marcas do discípulo Ananias:
I) Sua
prontidão demonstrada (At 9. 10).
Ananias tem como marca a prontidão. Sua prontidão é algo constatado de modo
inequívoco. Ao ouvir a voz do Senhor por meio da visão, Ananias não pensou duas
vezes. Imediatamente disse: “Eis-me aqui, Senhor!”. Quando ouviu a voz do
Senhor, Ananias não hesitou. Ele disse sim! Imediatamente se mostrou disposto e
pronto para atender a voz do Senhor. Ele sabe, conhece e reconhece a voz
daquele a quem deve obedecer. Por isso mesmo, diz: “eis-me aqui, Senhor!”. Você
conhece a voz do Senhor? Quando o Senhor fala contigo, como você tem reagido?
Como você tem respondido à voz do Senhor? Ananias, respondeu com prontidão. Ele
disse: “eis-me aqui, Senhor!”.
II)
Sua objeção revelada (At 9. 13). O
discípulo que respondeu à voz do Senhor afirmativamente é o mesmo que apresenta
argumento, por meio do qual revela uma objeção. Pense comigo: também pudera,
pois, afinal, a missão envolvia estar na presença de um homem que era o maior
carrasco da igreja naquele momento da história. Saulo era um homem que havia
perseguido, prendido, julgado e matado homens e mulheres crentes no Senhor
Jesus. Havia arrastado as pessoas de suas casas com força e crueldade. Diante
daquilo que sabia, Ananias apresenta ao Senhor uma objeção. A atitude de
Ananias é a seguinte: "Calma, Senhor! (At 9. 13, 14). Espere um pouco
Senhor. Não, não pode ser. Sabe qual é a reputação dele? Talvez seja melhor
deixá-lo da forma como se encontra agora – cego". Perceba, portanto, que a
principio Ananias fez objeção.
III)
Sua obediência concretizada (At 9. 11, 15-17).
Objeção não é a mesma coisa que desobediência. Todavia, a obediência de um
discípulo não é medida por aquilo que se fala. A obediência é medida por aquilo
que se faz em razão da ordem recebida. O
que precisamos saber então é o seguinte: Não basta falar que sabemos que existe
algo para ser feito. O importante mesmo é realizarmos aquilo que foi requerido
pelo nosso Senhor Jesus. O importante mesmo é fazer o que precisa ser feito. A
estratégia mais eficiente que a igreja deve utilizar é a obediência irrestrita.
Não existe problema em objetar, mas há problema grave em desobedecer.
Note, porém, que o Senhor não discute com
Ananias. O Senhor ratifica a ordem: “Vai!”. Uma objeção é admissível, mas a
desobediência é inaceitável pelo Senhor Jesus. Por isso mesmo, Ananias obedece.
Sua obediência foi concretizada. Sua obediência não era resultado de uma
verbalização vazia, mas uma ação concreta. Ananias fez o que foi ordenado. Ele
foi aonde o Senhor mandou que fosse. E você, tem feito aquilo que o Senhor tem
ordenado? Tem ido àquele lugar que é preciso ir? Tem falado com a pessoa que é
preciso falar? Obedeça à voz do Senhor, pois obedecer é melhor do que
sacrificar.
IV)
Seu objetivo alcançado (At 9. 17, 18).
Ananias fez o que foi ordenado. O pedido do Senhor foi acatado. Por isso, o
objetivo foi alcançado. Todavia, sua ação foi além daquilo que foi exigido. Ele
fez mais. Ele poderia ter chegado à casa onde Saulo estava e dito:
“Saulo, pois bem, estou aqui apenas para cumprir uma missão. Vim orar” “para
que você recupere a vista e fiques cheio do Espírito Santo” (At 9. 17).
“Saulo, você tem sido um verdugo para a igreja”. Não! Ele não fez isso. Ananias
tem consciência de sua missão. Mas, além disso, fez muito mais. Ele se
IDENTIFICA amorosamente com aquele por quem havia de orar. Ele acolhe aquele
que fora o maior perseguidor da igreja, aquele que perseguia ao Senhor Jesus.
Ananias diz: “Saulo, irmão”. John Stott, diz que essas “[...] eram palavras de
boas vindas fraternais”. O ROMPIMENTO de barreiras pode acontecer por
intermédio de um toque, quando se usa a voz para dar as boas vindas ao outro
que estava distante, mas que agora foi aproximado pela graça.
Pense comigo: O Senhor fez Saulo perder a vista mediante o fulgor de sua
glória. Bem, agora não poderia também curar Saulo sem a instrumentalidade
humana? Claro que sim! De sorte que precisamos entender que as coisas
extraordinárias, assim como as coisas ordinárias são realizações distintas do
Senhor na história. Porém, aqui podemos aprender preciosas lições:
PRIMEIRA, Ananias, como um instrumento da igreja de Damasco, seria da parte do
Senhor um veículo importante para vencer possíveis resistências à conversão de
Saulo. Ele é um discípulo dentro da igreja de Damasco. SEGUNDA, o toque humano
pode representar um claro sinal de aceitação, acolhida fraterna e identificação
com outro e inclusão comunitária. Portanto, podemos concluir que o objetivo da
missão foi alcançado. Ananias orou por Saulo. O Senhor Jesus operou um milagre
pela instrumentalidade humana. Um discípulo foi retirado do anonimato para ser
participante de uma obra maravilhosa.
Ananias, portanto, revela prontidão, mas também não esconde a sua
objeção. Ele concretiza a sua obediência e também alcança o seu objetivo. Todas
as suas marcas são destacadas por causa da voz divina. Dentro daquilo que era
para fazer existia um homem, uma vida preciosa para Deus. Um homem que constava
dentro do plano do Senhor Jesus: Saulo de Tarso. O alvo foi alcançado. A missão
foi executada. O resultado pode ser constatado. O que importa agora são as
evidências ou sinais que comprovam a veracidade da conversão de Saulo. O Senhor
Jesus foi o AUTOR de tudo. Ananias foi o AGENTE ou instrumento. Saulo de Tarso
foi o ALVO da graça que transforma e alcança o pecador. Logo, quais são as
evidências que comprovam que você é um discípulo? Pense nisso!
Rev.
Fabio Henrique de Jesus Caetano
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