RESISTA À TENTAÇÃO

 A Escritura é clara: “José era formoso de porte e de aparência” (Gn 39. 6). A mulher do comandante da guarda (Gn 39. 1) colocou seus olhos em José. Assim que viu sua beleza, o seu desejo lascivo floresceu. O físico e a aparência de José apenas foram instrumentos para descortinar o coração daquela mulher, porque “Todas as coisas são puras para os puros; todavia, para os impuros e descrentes, nada é puro. Porque tanto a mente como a consciência deles estão corrompidas” (Tt 1. 15).


Note, portanto, que desde o início, a mulher de Potifar se portou como uma mulher leviana. Seu coração imoral elabora sem nenhum pudor uma proposta indecorosa. Ela diz: “Deita-te comigo” (Gn 39. 7). Faz uma proposta obscena e indecente. A mulher do comandante da guarda não tinha padrão moral. Seus lábios destilavam o veneno da prostituição, regido pelo “espírito” da infidelidade.  


José era formoso de porte e de aparência” (Gn 39. 6). Note que sua beleza aguçou o pecado de prostituição daquela mulher. Depois da proposta, a vida de José experimentou uma tentação constante, frequente e insistente (Gn 39. 10), porque aquela mulher não tinha decência, nem velava pela reputação, nem tinha consciência moral, nem temia a Deus. Todavia, José não sucumbe à tentação porque tinha aquilo que a Escritura chama de domínio próprio, além de temor, é claro!


José, além de ser um jovem temente, ele tem o domínio próprio, que é o maravilhoso fruto do Espírito (Gl 5. 23). É bom lembrar ainda que, a Palavra de Deus descreve o que é um homem sem domínio próprio. Ela afirma: “Como cidade derribada que não tem muros, assim é o homem que não tem domínio próprio” (Pv 25. 28). Além de domínio próprio, José era temente e cultivava a santidade, pois somente assim foi possível resistir à tentação.  


Fisicamente, “José era formoso de porte e de aparência”. Mas, além disso, era um homem temente. Seu físico era adornado pela beleza, mas o seu espírito era embelezado pela santidade. Santidade para José era coisa séria. Por isso, ele não estava disposto a violar a lei do Senhor, nem disposto a macular sua pureza. Ele não estava disposto a destruir sua integridade nem desonrar a glória de Deus, mesmo que isso tivesse que custar sua liberdade, assim como sua reputação.


José foi provado para ser aprovado. A tentação não vem para esmagar um crente, mas para aprová-lo. Ela é também um tipo de provação cujo propósito não é destruir, mas tornar nossa fé reluzente. Deus não livrou José da tentação, mas o livrou na tentação.


No ensino do Senhor Jesus, há uma petição que diz: “e não nos deixes cair em tentação” (Mt 6. 13). Note que Jesus não ensina para pedirmos para Deus nos livrar da tentação, mas para não cairmos em tentação. Nem sempre Deus nos privará da tentação, mas, com toda certeza, Ele nos guardará da queda na tentação.


O apóstolo deixou-nos uma palavra maravilhosa sobre a questão da tentação. Ele diz: “Não vos sobreveio tentação que não fosse humana; mas Deus é fiel e não permitirá que sejais tentados além das vossas forças; pelo contrário, juntamente com a tentação, vos proverá livramento, de sorte que a possais suportar” (1Co 10. 13). Maravilhoso!


José foi tentado, porém Deus o manteve de pé, porque quando aquela mulher insana insiste com o assédio, dizendo: “Deita-te comigo” (Gn 39. 12). José foge da tentação (Gn 39. 12), porque fugir também faz parte do livramento. Precisamos entender que há momentos em que fugir é sinal de covardia (Sl 11. 1; Ne 6. 11), mas, outras vezes fugir é sinal de sabedoria (2Tm 2. 22).


José não cedeu porque durante a tentação reconheceu seus limites de atuação. Além disso, ele tinha verdades bem arraigadas, dentre as quais citamos três: Primeiro, ele reconhecia sua vulnerabilidade, por causa disso não hesitou em fugir. Em segundo lugar, ele sabia que o pecado deve ser tratado como pecado. Por isso, o qualifica como maldade. Terceiro, ele compreende que o pecado é uma afronta a Deus. Por conta disso, diz não à proposta da mulher.


Outra coisa importante a ser dita é que, José resiste à tentação, porque o valor que rege sua vida é fruto de uma alta compreensão de quem é o Senhor, assim como de seu papel na história (Gn 39. 8, 9). Além do mais, José tinha um coração temente e um caráter ilibado. Alguém já disse que caráter é aquilo que você é longe das pessoas. Ele não cedeu à tentação, não por medo de consequência, nem por causa de censura social. Ele não cedeu porque temia ao Senhor Deus.   


À semelhança de José, você precisa saber até onde vai o seu papel de atuação. Diante disso, reconheça os seus limites. Não queira ultrapassar os limites pré-estabelecidos. Reconheça a função do princípio menor dentro do governo do princípio maior. O princípio maior é que faz com que os princípios menores sejam considerados (Gn 39. 8, 9). Simples assim!


Se você teme a Deus, então não agirá de modo maligno nem pecaminoso. Sua relação com as pessoas será saudável porque você teme o seu Senhor e Deus. Irmãos, saibam que valores bem definidos, com uma profunda compreensão de quem é o Senhor, são capazes de nos ajudar na hora da tomada de decisões. Escolhas sábias decorrem de um coração bem instruído e temente a Deus.


Você sabe que por vezes caímos porque não temos sido governados por valores absolutos. O relativismo tem estado presente. Nossa mente tem se mostrado uma mente secularizada. Por vezes caímos porque não pensamos biblicamente. Por vezes caímos porque não temos conhecimento de quem é o Senhor Deus da Escritura.


Por fim, quem cede à tentação mostra pelo que o coração tem apreço. Todavia, quem ama e teme ao Senhor, por certo odiará o pecado. Quem ama a Deus lutará contra o assédio da tentação, porque sabe que por causa do pecado o Senhor Jesus foi moído na cruz. Por isso, digo que não podemos amar aquilo que o Senhor odeia. Saiba que pecado, antes de tudo, é maldade praticada contra Deus. Portanto, não ceda à tentação.

Por: Rev. Fabio Henrique de Jesus Caetano.

Pastor efetivo da IPGII / DF.

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