O ESPÍRITO DE CAIM
O mestre caminhava resolutamente para
Jerusalém. Durante a jornada veio a calhar que o Senhor Jesus pediu algumas
pessoas que preparassem um lugar para repousar. O pedido foi feito numa aldeia
de samaritanos. Porém, como a aparência de Jesus apontava que ele estava indo à
Jerusalém, foi negada hospedagem ao Senhor.
O texto prossegue. A narrativa dá conta que quando os
discípulos Tiago e João viram aquela cena, ficaram consumidos pela fúria, e
então perguntaram: “Senhor, queres que mandemos descer fogo do céu para os
consumir?” (Lc 9. 54). A resposta do
Senhor Jesus veio na forma de uma repreensão. “Jesus, porém, voltando-se os
repreendeu e disse: vós não sabeis de que espírito sois” (Lc 55). A atitude deles
revela que não sabiam de que espírito eram.
Lamentavelmente, há pessoas que não sabem por
qual espírito são impelidas. Porém, embora não saibam de que espírito são, a
Escritura define a que espírito pertencem, por qual espírito são movidas. Têm
pessoas que são do espírito de Caim, o primogênito de Adão e Eva. O que define
o espírito de Caim? Quais são as suas características? Como podemos detectá-lo?
Primeiro, o espírito de
Caim quer agradar a Deus por intermédio das obras. “Pela fé, Abel ofereceu a
Deus mais excelente sacrifício do que Caim” (Hb 11. 4; Gn 4. 4). Enquanto Abel ofereceu oferta a Deus pela fé, Caim não o
fez movido pela fé. Caim também ofertou, mas o fez sem fé. Tudo que você fizer
deve fazê-lo pela fé e com a motivação correta. Pois, sem fé é impossível
agradar a Deus.
Segundo, o espírito de
Caim não se sente responsável por ninguém. “Disse o SENHOR a Caim: Onde está
Abel, teu irmão? Ele respondeu: Não sei; acaso, sou eu tutor de meu irmão?” (Gn 4. 9). Como irmão mais
velho, Caim devia sim cuidar de seu irmão Abel. Devia sim ser o tutor. A igreja
é uma família, portanto, você é responsável sim pelo outro. Você tem
responsabilidade sim para com os seus irmãos.
Terceiro, o espírito de
Caim é homicida. “[...] Caim, [...] era do Maligno e assassinou a seu irmão
[...]”. Ao invés de cuidar de seu irmão, Caim se levantou contra Abel e o
matou” (Gn 4. 8). Abel foi
assassinado fisicamente pelo seu irmão num determinado momento, mas isso já
havia acontecido no coração de Caim. Lembre-se: “Todo aquele que odeia a seu
irmão é assassino [...]” (1Jo 3. 15). Não abrigue ódio em seu coração, pois ele
é gerado pelo espírito homicida.
Quarto, o espírito de
Caim fica irado quando é contraditado. “Abel, por sua vez, trouxe das primícias
do seu rebanho e da gordura deste. Agradou-se o SENHOR de Abel e de sua oferta;
ao passo que de Caim e de sua oferta não se agradou. Irou-se, pois,
sobremaneira, Caim, e descaiu-lhe o semblante” (Gn 4. 4, 5). Assim que foi
contrariado Caim ficou irado. Se quando você é contestado fica irado, cuidado! Pois
tal comportamento é característica do espírito de Caim.
Quinto, o espírito de
Caim é invejoso. Caim era filho daquele que de quem Jesus falou que era “[...]
homicida desde o princípio [...]” (Jo 8. 44). Caim matou Abel
por ser filho do diabo, mas também o fez por inveja: “Porque as suas obras eram
más, e as de seu irmão, justas” (1Jo 3. 12). Suas obras quando comparadas com as de seu irmão eram
repugnantes, o que o levou a abrigar inveja, ira e ódio. Caim ouvia as mesmas
verdades excelentes que Abel, porém resolveu fazer de seu próprio modo.
Qual espírito tem regido a sua vida? A que espírito
você pertence? Não seja como Caim, seja como o Justo Abel. Adore a Deus pela
fé; cuide de seus irmãos e familiares, tanto os da família da fé quanto os
consanguíneos; não guarde rancor em seu coração, não tenha ódio, tenha amor;
não seja iracundo, seja manso e tenha domínio próprio, agindo assim serás uma
bênção; aceite ser contraditado, entenda que nem sempre você tem razão, na
verdade a maioria das vezes sua posição e opinião não são as melhores; não seja
invejoso, tenha alegria com os outros e com aquilo que fazem melhor do que
você. Por fim, “Sede, pois, imitadores de Deus, como filhos amados e andai em
amor, como também Cristo nos amou [...]” (Ef 5. 1, 2); “Tende em vós o
mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus” (Fp).
Por: Rev. Fabio
Henrique de Jesus Caetano.
Pastor da Igreja
Presbiteriana do Guará II – DF.
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