RESSURREIÇÃO, O TRIUNFO DA GRAÇA DE DEUS SOBRE A MORTE
O justo, Jesus Cristo, foi
manietado pelos injustos e tratado como um malfeitor. Foi tratado
como um facínora. O Filho Eterno de Deus foi profundamente humilhado
pelos seus algozes. Ele levou cusparada no rosto, foi espancado e
esmurrado. Como forma de escarnecimento, os soldados do governador o
despiram e o cobriram com um manto escarlate, cravaram na sua cabeça
uma coroa de espinhos, colocaram o caniço na sua mão direita, e
com o mesmo davam-lhe na cabeça. Os soldados riam. Eles ironizavam:
“Salve, rei dos
judeus!” (Mt 27.
29). Depois da tortura física e psicológica, Jesus foi levado para
ser crucificado.
A sexta-feira da paixão foi um
dia sombrio. Naquele dia houve densas trevas sobre a terra. A paixão
de Cristo foi marcada por muita dor e profundo sofrimento. Cristo
sofreu na carne e na alma. Seu corpo foi ferido, sua alma ficou
angustiada. A solidão alcançou a alma do Senhor Jesus. Quando
deixado sozinho, gritou: “Deus
meu, Deus meu, por que me desamparaste?”
(Mt 27.46). Os discípulos também foram afetados pelos
acontecimentos da sexta-feira da paixão. Eles ficaram como ovelhas
desgarradas. A tristeza estava estampada na face de cada discípulo.
Porém, a sexta-feira da paixão não é o ponto final da história
da redenção. A redenção inicia-se com a morte, porém termina com
a ressurreição no primeiro dia da semana. O dia da crucificação
não tem a palavra derradeira, mas apenas demarca um pequeno
intervalo, para dar lugar à vitória. A tarde de sexta-feira da
paixão foi escura e tristonha, mas o domingo de páscoa não nasceu
debaixo da escuridade, porém debaixo da luz da esperança e dos
raios da alegria.
Enquanto a sexta-feira foi
marcada pela traição, pelo medo, pela angústia e morte; o domingo
de páscoa foi marcado pela celebração, pela renovação da
esperança e pela vitória da vida sobre a morte. A gloriosa notícia
da ressurreição começa assim: na madrugada de domingo de páscoa,
algumas mulheres levantaram muito cedo, não para preparem a primeira
refeição do dia, o café da manhã, porém para irem ao sepulcro,
onde o corpo do Salvador tinha sido sepultado. No caminho, as
mulheres perguntavam umas para as outras: “Quem
nos removerá a pedra da entrada do túmulo?”
(Mc 16.3). A pedra era muito grande, por isso fizeram a pergunta.
Entretanto, para o espanto delas a pedra já tinha sido removida.
O
domingo de páscoa também foi marcado pela insígnia da surpresa,
pois as mulheres perceberam que a pedra não estava mais no túmulo.
Com isso, imediatamente, correram para contar aos discípulos sobre o
sumiço do corpo de Jesus. Elas disseram: “Tiraram
do sepulcro o Senhor, e não sabemos onde o puseram”
(Jo 20.2). A princípio, a pergunta fora feita pelas mulheres, agora,
porém, será feita pelos anjos de Deus: “Por
que buscais entre os mortos ao que vive?”
(Lc 24.5). Eles perguntam, mas, logo a seguir, respondem: “Ele
não está aqui, mas ressuscitou”
(Lc 24.6). A notícia é estupenda. Jesus está vivo. A seguir,
porém, elas “fugiram
do sepulcro, porque estavam possuídas de temor e de assombro; e, de
medo” (Mc 16.8).
Elas estavam perplexas (Lc 24.4). Elas estão tomadas de pavor, mas
também de grande alegria. As mulheres correm para contar aos
discípulos: o túmulo está vazio. Jesus ressuscitou. Ele está
vivo. No entanto, para os discípulos: “Tais
palavras lhes pareciam um como delírio, e não acreditaram nelas.
Pedro, porém, levantando-se, correu ao sepulcro. E, abaixando-se,
nada mais viu, senão os lençóis de linho; e retirou-se para casa,
maravilhado do que havia acontecido”
(Lc 24.10-12).
O
domingo de páscoa, portanto, vence a desesperança pela ressurreição
de Cristo. A perspectiva esperançosa da existência humana fora
perdida. Todavia, com a ressurreição renasce. A humanidade estava
fadada à perdição eterna. Por isso, aquela manhã de domingo não
era igual às demais, porque o fato histórico da ressurreição
vislumbra um futuro de glória eterna. A morte foi vencida pela
ressurreição de Jesus. Cristo venceu a morte. Ele matou a morte com
a sua morte. A ressurreição é o triunfo da vida sobre a morte. É
a vitória da graça de Deus sobre a desgraça humana. A Escritura
atesta essa verdade com as seguintes palavras: “Mas,
de fato, Cristo ressuscitou dentre os mortos, sendo ele as primícias
dos que dormem” (1Co
15.20).
Agora,
porque Ele vive podemos crer no amanhã, já diz a música sacra.
Porque Jesus ressuscitou, precisamos obedecer o imperativo
evangelístico: “E
disse-lhes: Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda a
criatura” (Mc 16.
15). A ressurreição é o pressuposto motivacional para trabalhar
com afinco na obra do Senhor: “Portanto,
meus amados irmãos, sede firmes, inabaláveis e sempre abundantes na
obra do Senhor, sabendo que, no Senhor, o vosso trabalho não é vão”
(1Co 15.58). Ah! Amados! Cristo ressuscitou dentre os mortos. Sua
ressurreição é o fundamento da nossa esperança. O Cristo
ressuscitado está vivo. Para uma mulher chorosa, Ele diz:
“não chores”.
Para os aflitos, Ele os saúda dizendo: “Paz
seja convosco” (Jo
20.19). Para os amedrontados, Ele os encoraja dizendo: “Não
temais!”. Ele
ressuscitou dentre os mortos. Ele está vivo para sempre. Aleluia!
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