RAABE, A FÉ DO LIVRAMENTO

Pela fé, Raabe, a meretriz, não foi destruída com os desobedientes, porque acolheu com paz aos espias.

RAABE, A FÉ DO LIVRAMENTO

Raabe é um personagem enigmático. O seu nome aparece apenas nove vezes em toda a Bíblia. Quatro no livro de Josué (Js 2.3; 6.17, 23, 25) duas no livro dos Salmos (Sl 87. 4; 89. 10), uma no Evangelho Segundo Mateus (MT 1. 5), uma na Carta aos Hebreus (Hb 11. 31) e uma na Epístola de Tiago (Tg 2. 25). Portanto, a Escritura não faz muitas referências sobre sua vida, entretanto, as poucas citações que temos sobre Raabe são suficientes para autenticar a veracidade da sua fé. Essa mulher nasceu no paganismo, mas foi alcançada pela mão divina. Ela não conhecia o Deus de Israel, mas era conhecida por Ele. Além disso, ela era uma prostituta e provavelmente uma feiticeira. Seu meio de sobrevivência era a prostituição. Seu instrumento de trabalho o próprio corpo. Ela vendia a si mesma, mas também comercializava como mercadoria outras mulheres. Sua “boate” era freqüentada por seu povo, bem como pelos estrangeiros. Contudo, a mão da providência a alcançou e ela foi transformada pelo poder de Deus. O Deus de Israel produziu fé em seu coração. Pela fé sua vida foi salva e sua história alterada. Raabe é uma evidência de que a graça de Deus é livre e incondicional. O Escritor aos Hebreus é quem nos fala sobre a autenticidade da sua fé. A Escritura afirma: “Pela fé, Raabe, a meretriz, não foi destruída com os desobedientes, porque acolheu com paz aos espias” (Hb 11. 31). Podemos destacar três importantes lições sobre os estigmas da fé do livramento:

A fé do livramento implora pela preservação pessoal (Js 2. 8-13).
Israel estava a caminho da terra prometida. As nações pagãs estavam sendo desbaratadas. O povo de Deus rumava em direção à Terra de Canaã, imbatível. As notícias sobre os feitos de Deus chegaram ao povo de Jericó. Com isso, o medo dominou e mobilizou a ação do povo. As pessoas estavam apavoradas. Enquanto a crise havia infundido pavor e desânimo na nação inteira, em Raabe havia gerado fé. Os homens estavam possuídos pelo medo, mas Raabe estava cheia de confiança. Ela sabia que o Deus de Israel não é um deus territorial, mas o Deus em cima no céu e embaixo na terra (Js 2. 11), Ele é o Senhor do mundo inteiro. Ele é o Deus que opera acima dos homens e no meio deles. Essa verdade inundou o coração de Raabe de confiança. Sua fé não ficou olhando a derrota, mas implorou pelo livramento divino. Raabe clamou por socorro, e, por isso recebeu o livramento.

A fé do livramento implora pela salvação de toda família (Js 2. 12, 13).
A fé de Raabe não era individualista. Raabe não queria benevolência e salvação somente para si mesma, mas também para os seus entes queridos. Raabe foi salva, todavia sua fé desejou que toda a sua casa recebesse o livramento. Seu anseio era que todos os membros de sua família fossem alcançados pela bondade do Senhor, e isto aconteceu. A fé salvadora leva-nos a uma vida intensa de súplica em favor dos nossos. Raabe não aceita a decretação da derrota de sua família. Os prognósticos eram assustadores, todavia, a sua fé vislumbrou tempos de refrigérios para os seus progenitores e os seus consanguíneos. Raabe intercedeu pelos seus porque cria na intervenção divina.

A fé do livramento é acompanhada pela responsabilidade (Js 2.17, 18).
A ação salvadora Deus é sempre monergistica. Ele tanto gera a fé como concede o arrependimento para a vida eterna. Todavia, Ele não crê nem se arrepende pelo homem. O ser humano é um ser moral, portanto tem responsabilidades. Assim, a fé salvadora é uma fé responsável. A fé verdadeira implora pelo livramento pessoal e coletivo. Ela nunca deixa para amanhã aquilo que precisa ser feito hoje. Raabe tinha fé, e por conta disso, implorou pela salvação de sua vida e de toda sua família. Aquilo que fugia da sua área de atuação, ela colocou nas mãos do Senhor, mas o que estava ao seu alcance e sob sua responsabilidade, ela não delegou a outrem. Uma fé genuína não adia a oportunidade do hoje. Raabe implorou para que a misericórdia fosse manifestada sobre sua casa, mas coube a mesma evidenciar a fé pelas obras (Tg 2. 25).

Raabe tem muito a nos ensinar. Pela fé, Raabe foi salva e intercedeu pelos seus familiares. Pelas obras, Raabe materializou sua fé. A fé que você tem, clama por livramento? Ela o impulsiona a suplicar pela salvação da sua família? Ela é acompanhada pelas obras? Que a nossa fé também seja reconhecida por essas marcas.

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