POR QUE O ARREPENDIMENTO É NECESSÁRIO?

   Os teólogos que se reuniram na Abadia de Westminster, em Londres, em 1643, deram uma contribuição magistral sobre a necessidade do arrependimento. Eles afirmaram que:

    “Ainda que não devemos confiar no arrependimento como sendo de algum modo uma satisfação pelo pecado, ou em qualquer sentido a causa do perdão dele, o que é ato da livre graça de Deus em Cristo, contudo ele é de tal modo necessário aos pecadores, que sem ele ninguém poderá esperar o perdão. Ez. 36:31-32 e 16:63; Os. 14:2, 4; Rom. 3:24; Ef. 1: 7; Luc. 13:3, S; At. 17:30,31” (CFW).

    Sendo assim, aqueles homens, tanto tomaram cuidado sobre uma má compressão acerca da doutrina do arrependimento quanto ressaltaram à sua necessidade essencial para o perdão. Diante do exposto, perguntamos: por que o arrependimento é necessário?

            Primeiro, porque o arrependimento é uma exigência. Assim diz o texto santo: “Ora, não levou Deus em conta os tempos da ignorância; agora, porém, notifica aos homens que todos, em toda parte, se arrependam” (At 17. 30). A missão da igreja é levar o evangelho aos homens, mas, ao mesmo tempo, precisa notificá-los sobre a necessidade de arrependimento.

            

        Tanto é assim, que no ministério do Senhor Jesus o arrependimento é o primeiro mandamento. Jesus inaugurou o seu ministério dizendo: “O tempo está cumprido, e o reino de Deus está próximo; arrependei-vos e crede no evangelho” (Mc 1. 15). O arrependimento é um mandamento indiscriminado. Portanto, ele é exigido de todos que ouvem o evangelho.

           

        De modo que o arrependimento, não é opcional, mas é um santo mandamento divino. Não é fé sem arrependimento que o evangelho exige. O evangelho determina que é necessário a fé e o arrependimento para que o perdão seja recebido.

            

        Segundo, porque sem arrependimento não há perdão. O Senhor Jesus é taxativo. Ele diz: “[...] se, porém, não vos arrependestes, todos igualmente perecereis” (Lc 13. 3, 5).  Não existe perdão sem que haja arrependimento, porque o arrependimento é condição inegociável para a salvação.

           

        Uma pessoa que diz ter fé, mas não se arrependeu ainda se encontra perdida. Porém, se diz que se arrependeu, mas não consegue crer, também ainda se encontra perdida. Não é uma coisa sem a outra.

            

        Entenda bem, você pode proferir as mais belas palavras diante das pessoas. O seu discurso pode ser maravilhoso. Você pode realizar um milhão de obras que sejam aplaudidas pelos homens. Você pode ler os melhores livros de teologia. Mas, se não se arrepender, não será perdoado. O arrependimento é necessário para ser perdoado.

            

        Terceiro, porque o arrependimento é prova de transformação da mente. A Escritura mostra de forma contundente o verdadeiro arrependimento. O arrependimento é um apelo de Deus para uma mudança radical da mente.  A Palavra de Deus mostra o apelo e o fruto do arrependimento. A seguir apresentamos um relato que mostra o resultado empírico do arrependimento.

           

        A Escritura diz que: “Muitos dos que creram vieram confessando e denunciando publicamente as suas próprias obras. Também muitos dos que haviam praticado artes mágicas, reunindo os seus livros, os queimaram diante de todos. Calculados os seus preços, achou-se que montavam cinquenta mil denários” (At 19. 18, 19). Impressionante o que aconteceu com as pessoas na cidade de Éfeso.

            

     Fica claro pelo exemplo citado, assim como pelo próprio conceito: “metanoeo”, que arrependimento é mudança da mente, mudança do coração. Porém, precisa ficar claro que a mudança da mente e do coração vem acompanhado de um novo comportamento.

            

        Na prática, funciona assim, o arrependimento é uma mudança interna, uma transformação que acontece de dentro para fora. Por outro lado, também é correto dizer que uma mudança externa também é constatada. A mudança externa vem como como fruto da mudança interna. Por isso, sobre o arrependimento, duas coisas precisam ser destacadas aqui: A primeira é a mudança que ocorre na mente em relação a pessoa de Deus. A segunda é a mudança da mente que resulta em relação ao próximo.

            

        O caso do filho pródigo é elucidativo. Pois, “[...] caindo em si, disse: [...]. Levantar-me-ei, e irei ter com o meu pai, e lhe direi: Pai, pequei contra o céu e diante de ti; já não sou digno de ser chamado teu filho, trata-me como um dos teus trabalhadores” (Lc 15. 17, 18). Mente mudada. Coração transformado. Mudança que desagua em movimento, o qual é fruto de arrependimento.

            

        Diante do exposto, perguntamos: você se considera um cristão? Já nasceu de novo? Se arrependeu de sua vida pecaminosa? Digo o seguinte, têm muitos cristãos nominais dentro das igrejas. Porém, o crente nominal não apresenta mudança de vida. Todavia, não significa que o cristão nominal desconheça a teologia, pelo contrário, o crente nominal conhece teologia, tem o domínio intelectual de várias doutrinas cristãs, mas, infelizmente, não apresenta os frutos que apontam para a transformação do coração e da mente.  Portanto, não confunda nominalismo institucional com vida transformada. O arrependimento é necessário para o perdão. Sendo assim, arrependa-se agora mesmo, antes que seja tarde demais!

 

Por: Rev. Fabio Henrique de Jesus Caetano.

Pastor da IPGII – DF.

Nenhum comentário:

Tecnologia do Blogger.