Então é Natal

 

       Chegou o mês de dezembro. Então é natal. Ele traz consigo o glamour do chamado espírito natalino. As cidades enfeitadas com luzes, os shopping centers e as lojas são preparadas com os artifícios alusivos, as famílias preparam as suas casas e montam as suas árvores. Os produtos ficam dispostos para aquisição própria da época. Tudo é preparado com tal finalidade. O velho Noel de barba branca e grande, que fica no anonimato a maior parte do ano, agora assume a cena. E é assim que a sociedade enxerga. É assim, que o mercado capitalista vende a ideia de natal, um verdadeiro espírito mercantilista, que instiga muita gente ao consumismo desenfreado. Então é natal. Isso é natal?

        Natal para o cristão não é o que vemos nem o que estão falando. Não são as luzes, nem comida, nem bebida, nem árvore enfeitada. Que fique claro! Não há nada de errado em presentear, convidar familiares para uma refeição na véspera do dia 25, não é pecado enfeitar a casa com luzes nem montar uma árvore com estrelas, bolas e outros artefatos. Mas, nada disso alude ao verdadeiro sentido do Natal. Todavia, não negamos que, com a chegada do mês de dezembro, chega também a oportunidade de conversar, de refletir e de meditar sobre o verdadeiro sentido do Natal. Então é natal. Isso é natal? Algumas verdades sobre o Natal para a igreja do Senhor Jesus:

          Primeiro, Natal para o cristão tem a ver com a encarnação do Filho eterno de Deus. Sobre esse fato histórico, assim diz a Escritura: “E o verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai” (Jo 1. 14). O divino se fez homem, o infinito tornou-se finito, o intangível tornou-se palpável. O eterno invadiu o temporal. Ele se fez um de nós. Por ter assumido a nossa estrutura, o Filho de Deus teve fome e sede, ficou cansado e teve sono, ficou triste e teve angústia, derramou lágrimas e ficou alegre. Ele se fez homem de fato e de verdade. Foi assim que Deus planejou o nosso resgate. Portanto, Natal tem a ver com aquele que fez com que a história da humanidade fosse dividida: a. C. e d. C. Aquele que dirige a história também é o mesmo que a dividiu. Então é Natal. Isso é Natal! Jesus Cristo é o Natal!

        Segundo, Natal para o cristão foi o início da reversão da maldição do pacto. Quando os nossos primeiros pais pecaram, Deus mesmo anunciou o proto-evangelho. Ele disse: “Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e o seu descendente. Este te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar” (Gn 3. 15). Note que Deus fala do nascimento do filho da mulher. A promessa da vinda do Messias, porém, cumpriu-se depois de alguns milênios. Aconteceu que: “vindo, porém, a plenitude do tempo, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, para resgatar os que estavam sob a lei, a fim de que recebêssemos a adoção de filhos” (Gl 4. 4, 5). Observe, portanto, que o nascimento de Cristo Jesus foi o começo da reversão da maldição que estava sobre a nossa vida. Então é Natal. Isso é Natal! Jesus Cristo é o Natal.

           Por fim, uma terceira verdade sobre o verdadeiro sentido do Natal para o cristão merece destaque. Natal é relembrar que Cristo veio para morrer em nosso lugar. Embora Jesus seja o mais nobre modelo a ser imitado, a sua principal missão não foi servir de modelo de moralidade. Sua missão primordial foi entregar a vida pelos pecadores. O anjo Gabriel, portador de boas novas contou a José que: “Ela dará à luz um filho e lhe porás o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo dos pecados deles” (Mt 1. 21). E para salvar o seu povo, ele teve que enfrentar a cruz. Ele teve que ser “[…] obediente até à morte e morte de cruz” (Fp 2. 8). Jesus teve que encarar a cruz para nos livrar da morte eterna. Então é Natal. Isso é Natal ! Jesus Cristo é o Natal.

            Natal é relembrar e lembrar constantemente porque o Filho de Deus veio ao mundo. É recordar o que Jesus teve que padecer para conquistar a nossa salvação. Ele teve que se humilhar tornando-se gente como a gente. Sem o nascimento do Senhor Jesus não teríamos motivo para comemorar. Seu nascimento coloca fim em nossa escuridão. Seu nascimento foi a inundação da graça de Deus na história humana. Seu nascimento foi o modo escolhido por Deus pelo qual teve início a reversão da nossa condição de perdidos e malditos. Tendo Ele nascido de uma mulher e sob a lei, Jesus obedeceu ativamente e passivamente a lei de Deus, pois, somente assim haveria de ser o nosso fiador, o nosso representante legal, assim como foi Adão (Rm 5. 12-21). Então é Natal. E como diz lindamente a poesia da banda Fruto Sagrado: “[…] a morte morreu de medo ao ver Jesus nascer”. Isso é Natal! Jesus Cristo é o Natal!.

Por: Rev Fabio Henrique de Jesus Caetano.

Pastor da IPGII – DF.

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