O AMOR PRECISA SER PALPÁVEL
Amor é uma palavra nobre. É também um ato sublime
de bondade e graça. Sua força não respeita fronteira. Sua linguagem é
universal. Um ato de amor é reconhecido até pelo inimigo. Existe uma docilidade
na pronúncia dessa palavra e uma transformação decorre do experimentar o amor.
Ainda que não seja captado o sentido pleno do que seja o amor, porém de alguma
forma somos tocados e desafiados por ele. Todavia, a compressão sobre o que vem
a ser de fato o amor, recebeu muita influência da mentalidade ocidental. Por
causa disso, quase sempre o interpretamos como sendo uma espécie de sentimento
fugaz. Por isso mesmo, algumas vezes ouvimos ou falamos: “foi bom enquanto
durou”. Entretanto, nosso parâmetro sobre o ensino que versa acerca do
amor deve ser a palavra de Deus. Aqui vamos destacar algumas razões do porquê o
amor precisa ser palpável:
Em primeiro lugar, por causa do exemplo dado pelo próprio Deus. É
magnífico o que a Escritura diz acerca do ponto aqui em destaque: “Com amor
eterno eu te amei; por isso, com benignidade te atraí” (Jr 31. 3). E mais: “Mas
Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por
nós, sendo nós ainda pecadores” (Rm 5. 8). O seu amor, que é amor eterno, se
manifestou na história e no tempo de modo concreto. Isso aconteceu quando Deus
entregou o seu bendito e precioso Filho para morrer em nosso lugar. O evento
histórico da crucificação foi o clímax da comprovação do maravilhoso amor de
Deus Pai por meio de Jesus Cristo. Portanto, o amor de Deus foi uma demonstração
histórica concreta. O amor de Deus pelo pecador não é um sentimento nem um
conceito abstrato. Diante disso, temos em Deus o modelo para que o nosso amor
seja algo palpável na nossa história e existência.
Em
segundo lugar, por
causa da exigência da lei de Deus. A nossa relação com a lei do Senhor não pode
ser uma relação sentimentalista. A nossa consideração pela santa Lei deve
acontecer por intermédio da obediência. Tanto é assim que, a Bíblia enfatiza
que o conhecimento que professamos ter é atestado pela obediência. Ela diz:
“Ora, sabemos que o temos conhecido por isto: se guardamos os seus mandamentos”
(1Jo 2. 3). Isso é tão sério que o texto prossegue dizendo: “Aquele que diz: eu
o conheço e não guarda os seus mandamentos é mentiroso, e nele não está a
verdade” (1Jo 2. 4). Nesse caso, o que falamos precisa ser autenticado pelo que
fazemos. Logo, o amor enquanto algo palpável é reconhecido pela obediência a
lei Deus. Quando obedecemos a palavra de Deus estamos dando visibilidade ao
amor que devotamos ao nosso Criador e Redentor.
Em
terceiro lugar, por
causa da linguagem fraternal do amor. A linguagem fraternal do amor não é
platônica. Creio que é importante verbalizar o nosso amor em nossas relações
interpessoais. Porém, o amor não é reconhecido apenas pelo que é verbalizado.
Ele é identificado pelo que fazemos, assim como pelo que não fazemos. O amor é
um tipo de dívida que temos uns para com os outros. É isso mesmo! A Escritura
ensina: “A ninguém fiqueis devendo coisa alguma, exceto o amor com que vos
ameis uns aos outros […]” (Rm 13. 8). Vejamos a seguir dois aspectos da
linguagem fraternal do amor:
Primeiro, o aspecto negativo. Observe o
que diz a Palavra de Deus “[…]; pois quem ama o próximo tem cumprido a lei.
Pois isto: Não adulterarás, não matarás, não furtarás, não cobiçarás, e, se há
qualquer outro mandamento, tudo nesta palavra se resume: Amarás o teu próximo
como a ti mesmo” (Rm 13. 9). Aqui temos o aspecto negativo do amor. O amor é um
instrumento refreador de malignidade relacional. Sabe por quê? Porque: “O amor
não pratica o mal contra o próximo; de sorte que o cumprimento da lei é o amor”
(Rm 13. 10).
Por outro
lado, temos o
aspecto positivo do amor. O amor se manifesta também por intermédio do que
fazemos pelo nosso próximo. A Escritura é enfática: “Ora, aquele que possuir
recursos deste mundo, e vir o seu irmão padecer necessidade, e fechar-lhe o seu
coração, como pode permanecer nele o amor de Deus? Filhinhos, não amemos de
palavra, nem de língua, mas de fato e de verdade” (1Jo 3. 17, 18). Generosidade
é a linguagem concreta do amor. Cuidado dispensado ao próximo é uma mensagem
eloquente palpável do amor. Quem ama acode ao necessitado. O amor é reconhecido
quando percorre a via horizontal da relação humana. Aliás, a síntese do
mandamento é amar a Deus e amar ao próximo como a ti mesmo.
Portanto, lembre-se que temos em Deus o maior
exemplo de alguém que revelou o seu amor de modo concreto. Lembre-se que a lei
exige que o amor seja evidenciado pela obediência. Lembre-se que o amor tem uma
linguagem fraterna universal. Que o Senhor nos ajude nesse tempo de desamor
fazer a mensagem que anunciamos ganhar contornos concretos visíveis de amor.
Por: Rev.
Fabio Henrique de Jesus Caetano
Pastor da
Igreja Presbiteriana do Guará II – DF.
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