PUREZA DA VIDA

O casal representante de toda raça humana, isto é, Adão e Eva, ao desobedecer o nosso Criador, quebrou o pacto (Gn 2. 15-17; 3 1-7). E, por causa disso, “[…] a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram” (Rm 5. 12). Adão, o representante federal, pecou e foi penalizado, mas a consequência da sua queda foi colhida por toda a sua descendência. Por isso, a Bíblia diz que: “Todos pecaram” (Rm 3. 23). Assim, o pecado afetou o homem todo. Sua razão, sua emoção e sua volição foram afetadas pelo pecado, de sorte que, o nosso foco aqui é destacar a pureza da vida. Dentre o todo da vida, queremos enfatizar a urgência da pureza de nossos olhos, mente e boca/lábios. Vamos agora destacar cada um separadamente:


Em primeiro lugar, pureza dos olhos. Dizem que os olhos são as portas da alma. Parece-me que é uma forma de parafrasear o que Jesus disse: “São os olhos a lâmpada do corpo” (Mt 6. 22). A entrada do pecado no mundo teve a participação efetiva da utilização dos olhos. Assim escrito está: “Vendo a mulher que a árvore era boa para se comer […]” (Gn 3. 6). O soldado Acã também utilizou os olhos para pecar, pois, ele mesmo confessa: “Quando vi entre os despojos uma boa capa babilônica, e duzentos siclos de prata, e uma barra de ouro do peso de cinquenta siclos, cobicei-os e tomei-os [...]” (Js 7. 21). O terceiro caso foi a experiência do rei Davi, no qual culminou com uma sequência de pecados devastadores. Diz o texto santo que numa tarde “[…] levantou-se Davi do seu leito e andava passeando no terraço da casa real; daí viu uma mulher que estava tomando banho; era ela mui formosa” (2Sm 11. 2). Portanto, todos os três episódios dão conta da mesma realidade da qual estamos falando, isto é, a má utilização dos olhos.


Veja bem, os olhos são como câmeras captadoras de imagens. O que vemos é armazenado no arquivo de nossa memória. Por isso, o que vemos influencia sim na pureza da nossa vida. Aquilo no qual ficamos detidos com os olhos, ficamos imobilizados e enfeitiçados, pode sim atrapalhar a nossa santificação. O que vemos pode atrapalhar no avanço da pureza da nossa vida. Tome uma decisão como Jó: “Fiz aliança com meus olhos [...]” (Jó 31. 1). Faça, hoje mesmo, uma aliança com os seus olhos para não pecar contra Deus. Pare de ficar olhando para o que não deve olhar. Pare de se deter naquilo que o Senhor repudia, porque “se os teus olhos forem bons, todo o teu corpo será luminoso” (Mt 6. 22). Desvie o seu olhar daquilo que é impuro.


Em segundo lugar, pureza da mente. A pureza da vida também passa pela pureza da mente. A mente é aquele lugar no qual são abrigadas informações conceituais, sons e imagens. O apóstolo Paulo, após instruir como os discípulos de Cristo deviam lidar com a ansiedade (Fp 4. 6, 7), enfatiza o que deve ocupar a nossa mente. Ele exorta: “Finalmente, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo que é amável, tudo o que é de boa fama, se alguma virtude há e se algum louvor existe, seja isso o que ocupe o vosso pensamento” (Fp 4. 8). A pureza da mente é algo necessário e urgente. A nossa mente não deve ser reservatório de entulho. Não pode ser abrigo acolhedor daquilo que é mundano. Tome muito cuidado com aquilo que tem sido arquivado em sua mente. Para vencer a impureza da mente, então, é preciso encharcar a mente com a Palavra de Deus. Pense, medite e obedeça a palavra, pois ela é o instrumento santificador usado pelo Espírito Santo para promover a nossa santificação.


Em terceiro lugar, pureza dos lábios. Outra parte que precisa refletir a pureza da nossa vida é a nossa boca. O cuidado como usamos os nossos lábios encontra um vasto respaldo bíblico. O alerta é solene. A mensagem é imperativa. A atenção ao que preceitua o ensino da Escritura deve ser ativada. Para citar apenas algumas passagens: “Agora, porém, despojai-vos, igualmente de tudo isto: [...] maledicência, linguagem obscena do vosso falar. Não mintais uns aos outros” (Cl 3. 8, 9). Noutro lugar a Escritura diz: “Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, e sim unicamente a que for boa para edificação, conforme a necessidade, e, assim, transmita graça aos que ouvem” (Ef 4. 29). Não queremos aqui sobrepujar alguns pecados em detrimento de outros, mas mostrar a nocividade daquilo que proferimos. São dois os aspectos da nocividade do pecado praticado pelos lábios: primeiro, porque prejudica a unidade da igreja, difama o nosso próximo; segundo, porque entristece o Espírito Santo. Por isso, muito cuidado com a má utilização de seus lábios. Cuidado com o uso inadequado da sua língua na comunicação. Tudo que somos está interligado. Jesus afirma e ensina: “[…] como podeis falar coisas boas, sendo maus? Porque a boca fala do que está cheio o coração” (Mt 12. 34). Por isso, a importância da pureza da vida como um todo.


Finalizamos a nossa reflexão dizendo que não há nenhuma parte sequer no homem que não tenha sido contaminada. Toda a humanidade, assim como o homem todo, ficou comprometida. Por isso, o nosso pecado se dá pelo que falamos, pelo que vemos e pelo que pensamos. Logo, a pureza precisa contemplar a vida inteira. Daí o porquê da necessidade de pureza da vida como um todo. Já falamos da pureza a qualquer custo, com isso, mostramos o seu aspecto sacrificial. Falamos que a pureza também tem caráter urgente, ou seja, ela não pode ser adiada, por causa da existência do seu imperativo. Além disso, sabemos que tudo começa com a pureza do coração, a qual precisa reverberar em todas as partes da nossa vida: olhos, mente e lábios. Portanto, busque a pureza de sua vida. Honre ao seu Senhor e Deus com uma vida santa e pura, em o nome do Senhor Jesus.

Por: Fabio Henrique de Jesus Caetano.

Pastor da IPGII – DF.


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