PRIVILÉGIO ELETIVO

Uma premissa teológica que ficou bastante conhecida e tem sido propalada após o filme “Deus não está morto” é: “Deus é bom o tempo todo, o tempo todo Deus é bom”. A bondade de Deus é algo incrível. Sua bondade se manifesta de modo geral. Já dizia o salmista: “O SENHOR é bom para todos, e as suas misericórdias permeiam todas as suas obras” (Sl 145. 9). Mais tarde, o Senhor Jesus afirmaria que Deus “faz nascer o seu sol sobre maus e bons e vir chuva sobre justos e injustos” (Mt 5. 45). Noutro lugar, a Escritura também afirma que Deus “não deixou ficar sem testemunho de si mesmo, fazendo o bem, dando-vos do céu chuvas e estações frutíferas, enchendo o vosso coração com fartura e de alegria” (At 14.17). Note, portanto, que a manifestação da bondade de Deus sobre a vida humana é algo inegável.


Porém, nem todos desfrutam do privilégio eletivo. De acordo com a Escritura somente algumas pessoas têm o privilégio de desfrutar de intervenções e cuidados amiúdes da parte de Deus. Quero destacar uma verdade que é contemplada no que estamos pontuando aqui como privilégio eletivo. Trata-se da oração atendida. Para isso, vamos recorrer à parábola do juiz iníquo (Lc 18). O juiz da parábola não possui nenhuma relação com o Senhor Deus. O seu caráter é contrastado com caráter de Deus. Ele era impiedoso, pois “não temia a Deus, nem respeitava homem algum” (Lc 18. 2). Deus, todavia, é bom, compassivo, gracioso e misericordioso. O Senhor é completamente diferente do juiz que resolveu atender a viúva perseverante. Cristo chama a atenção para o seguinte fato: “considerai no que diz este juiz iníquo” (Lc 18. 6).


O que Cristo quer ensinar na parábola? Que se um homem com uma índole tão perversa foi capaz de atender a demanda de uma mulher perseverante, quanto mais Deus acudirá os seus filhos. A consideração que Jesus propõe é o divisor de águas da parábola. Aqui vemos nitidamente o contraste estabelecido pelo Senhor, pois, a seguir, faz uma pergunta: “Não fará Deus justiça aos seus escolhidos, que a ele clamam dia e noite, embora pareça demorado em defendê-los?” (Lc 18. 7). Aqui está o ponto que chamo de privilégio eletivo, porque somente os escolhidos têm a garantia de que não serão esquecidos. A nossa perseverança em oração deve passar pelo crivo do privilégio que temos. Oração ouvida e atendida é privilégio exclusivo daqueles que foram escolhidos antes que mundo houvesse.


Não podemos nos esquecer que somos filhos de Deus. Somos os seus eleitos. O seu povo escolhido e amado antes da fundação do mundo. Somos povo de propriedade exclusiva do Deus vivo. Temos um status sem igual. Cristo estimula os seus servos para que orem sem esmorecer, porque Deus escuta os seus escolhidos, que a Ele clamam dia e noite. Entendo que a passagem mostra o que estamos chamando de privilégio eletivo. Somente os escolhidos têm a promessa que lhes asseguram que serão ouvidos. Desfrute do privilégio que você tem. Não deixe de orar. Saiba que Deus fará justiça aos seus escolhidos que se sentem injustiçados. Ele escuta a oração de seu povo. Mesmo com a sensação de demora, Deus não se esquece de seus escolhidos. Portanto, persevere um pouco mais em oração, pois a oração faz parte do privilégio que temos como povo eleito de Deus em Cristo.

Por: Rev. Fabio Henrique de Jesus Caetano.

Pastor da IPGII – DF. 

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