MOSTRE O FRUTO DO ARREPENDIMENTO

        O arrependimento é uma doutrina bíblica. Seu fundamento é totalmente escriturístico. Ela está ancorada tanto no Antigo Testamento como no Novo Testamento. No AT, os profetas tanto convocavam o povo ao arrependimento quanto entendiam que Deus era quem concedia o arrependimento. Assim também foi durante o ministério apostólico. No primeiro caso, aparece com frequência o verbo converter ao invés do verbo arrepender. Sempre que o povo se apartava do caminho do Senhor, o profeta vinha, como mensageiro divino, para advertir o povo quanto à necessidade de arrepender/converter. Da mesma forma os apóstolos tinham como incumbência missionária pregar o evangelho e convocar todas as nações para que se arrependessem de seus pecados (Lc 24. 46, 47).

        Entretanto, o Senhor Jesus foi o maior exemplo de alguém cujo ministério enfatizou a necessidade de arrependimento. No início do seu ministério Jesus deixou claro que o arrependimento é necessário para a salvação. O evangelista Marcos diz que: “[…] foi Jesus para a Galileia, pregando o evangelho de Deus, dizendo: o tempo está cumprindo, e o reino de Deus está próximo; arrependei-vos e crede no evangelho” (Mc 1. 14, 15). Logo, a necessidade do arrependimento esteve presente no ministério dos profetas, do Senhor Jesus e dos apóstolos, porque o arrependimento faz parte da reivindicação do evangelho. O evangelho que conclama ao homem para crer também é o mesmo que o confronta para arrepender.
     
        Bem, o nosso ponto alvo é falar da importância do fruto do arrependimento. O evangelista Mateus registra uma parábola contada por Jesus que é perfeita para elucidar o ponto aqui. Jesus conta a parábola dizendo: “Um homem tinha dois filhos. Chegando-se ao primeiro, disse: filho, vai hoje trabalhar na vinha. Ele respondeu: sim, senhor; porém não foi. Dirigindo-se ao segundo, disse-lhe a mesma coisa. Mas este respondeu: não quero; depois, arrependido, foi” (Mt 21. 28-30). A parábola versa sobre dois filhos. Ambos receberam o mesmo pedido. A solicitação foi igual, mas as respostas foram distintas. A resposta do primeiro filho foi dada com prontidão afirmativa, porém não foi executada. O segundo filho, a priori, disse que não iria, mas por ter arrependido, obedeceu ao pai. Temos na parábola uma solicitação de um pai feita aos filhos, porém, dois resultados totalmente inconfundíveis. Portanto, a obediência é o único fruto do arrependimento, porém com toda certeza, ela não é o único fruto.
      
        A parábola contada pelo Senhor Jesus é pequena em tamanho, mas grande em conteúdo. Ela é de fato concisa, porém poderosa em seu alcance quanto à instrução. Sua mensagem transforma a mente, toca o coração e muda a conduta, porque o fruto do arrependimento resulta em nova vida. O arrependimento é mudança do intelecto, cujo efeito é constatado por uma nova cosmovisão e pela alteração da atitude. O arrependimento não é aferido pelas palavras vazias, mas pelos atos que o comprovam. Testa-se arrependimento não pelo que é dito nem pela compreensão puramente intelectual de “doutrina calvinista”, mas pelo estilo de vida que atesta uma mudança da mente, a qual é percebida por aquilo que é feito.
       
        Precisamos entender uma coisa de uma vez por todas: Deus não se impressiona com as nossas palavras prontas e emotivas. Não se impressiona com a nossa promessa de obediência. Ele deseja ver a conciliação da nossa fala com a nossa ação. O segundo filho demonstra o fruto do arrependimento por intermédio da obediência. Fez o que antes o seu coração empedernido não estava disposto a fazer. O verdadeiro arrependimento vem com a comprovação de frutos visíveis. Arrependimento não é sentimentalismo barato. Por fim, cada qual, cujos traços da vida pregressa são vergonhosos, terá que dar mostras como fruto do verdadeiro arrependimento.      
  
        O último profeta da antiga dispensação apresenta um modelo. Concluo dando espaço à sua voz ungida: “Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento […] E também já está posto o machado à raiz das árvores; toda árvore, pois, que não produz bom fruto é cortada e lançada ao fogo. Então, as multidões o interrogavam, dizendo: Que havemos, pois, de fazer? Respondeu-lhes: Quem tiver duas túnicas, reparta com quem não tem; e quem tiver comida, faça o mesmo. Foram também publicanos para serem batizados e perguntaram-lhe: Mestre, que havemos de fazer? Respondeu-lhes: Não cobreis mais do que o estipulado. Também soldados lhe perguntaram: E nós, que faremos? E ele lhes disse: A ninguém maltrateis, não deis denúncia falsa e contentai-vos com o vosso soldo” (Lc 3. 8-14). O profeta conclama que cada pessoa comprove o arrependimento pelo fruto. Assim concluo também conclamando você a apresentar o fruto que nasce do arrependimento como o novo estilo de vida.

Rev. Fabio Henrique de Jesus Caetano.
Pastor da IPGII - DF.

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