AS BOAS OBRAS AUTENTICAM A EXISTÊNCIA DA FÉ

 

"Mostra-me essa tua fé sem as obras, e eu, com as obras, te mostrarei a minha fé" (Tg 2.18). Não tenho dúvida que saber e fazer são coisas bem distintas. O conhecer deveria levar à prática, mas nem sempre vemos a coerência entre o conhecimento e a atuação.  A história comprova que existe uma diferença colossal entre aqueles que sabem e aqueles que sabem e fazem o que sabem. Tiago, quando trata da doutrina da fé, tendo como medidor as obras, faz uma pergunta que remete ao assunto aqui abordado: "Crês, tu, que Deus é um só?" (Tg 2.19). Uma pergunta dessa natureza, dentro de um ambiente cristão, tem uma resposta óbvia. E, por isso, ele diz: "Fazes bem" (Tg 2.19). Porém, não é suficiente. Absolutamente não. Por que não? Porque o conhecimento sem a prática só serve para alimentar a vaidade de nosso coração orgulhoso, entenda-se aqui conhecimento como sinônimo da fé.

Para Tiago, tal assertiva não é novidade nem é incomum, pois: "Até os demônios creem e tremem" (Tg 2.19). A resposta dada à pergunta supracitada é uma afirmação teológica correta. Crer que Deus é único demonstra uma construção ou uma compreensão teológica estritamente ortodoxa. Faz parte de uma sistematização teológica, bíblica e doutrinária, coesa com a sã doutrina cristã. Porém, não basta ter informação ortodoxa sobre a pessoa de Deus. Teologia, conhecimento e fé, que não encontram ecos práticos, igualam-se à fé de demônios. Parabéns aos que creem que Deus é um só. Parabéns aos que fazem asseverações teológicas corretas, tais como: "Creio que Deus é único, e mais, creio que Ele subsiste em três pessoas, Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo. Teologia correta! Contudo, não basta saber tais coisas se a fé não vem acompanhada pelas obras.

Precisamos verbalizar uma fé que seja comprovada por meio daquilo que fazemos, porque a fé enquanto puro assentimento intelectual não basta, pois "até os demônios creem e tremem" (Tg 2.19). Tenha cuidado para que a verdade não seja apenas mero assentimento intelectual em sua vida. Precisamos conhecer para crer, mas também precisamos fazer para comprovar aquilo que cremos. Com as obras autenticamos a nossa fé salvadora. As nossas obras são o carimbo que atesta a existência da veracidade da fé salvadora. O que importa mesmo é "[...] a fé que atua pelo amor" (Gl 5. 5). Fé que se gaba do saber, mas que não vem acompanhada do fazer, não é a verdadeira fé salvadora. A falsa fé é meramente intelectual, ineficiente, inútil, incompleta e morta, já diz James M. Boice.

A Palavra de Deus é taxativa em afirmar que: "Porque, assim como o corpo sem espírito é morto, assim também a fé sem obras é morta" (Tg 2. 26). Portanto, seja mais que um conhecedor, permita que a sua fé seja conhecida pela prática de boas obras. Empenhe-se por comprovar a fé que você professa por intermédio das boas obras. Tenha uma ortodoxia robusta, mas também tenha uma ortopraxia pujante. As duas coisas são irmãs inseparáveis. Que o Senhor nos abençoe com conhecimento profundo, mas também com a prática de boas obras, pois assim comprovaremos a existência da fé que professamos.


Por: Rev. Fábio Henrique de Jesus Caetano

Pastor da IPGII – DF.

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