O ZELO PELA ADORAÇÃO
Já fora dito que nas etnias mais longínquas, onde não há educação, saúde e saneamento etc.; há, no entanto, adoração às divindades. O homem é ávido por adoração. Ele carrega dentro de si a semente da religião. Tem o senso da divindade dentro de seu coração. Ele quer adorar. Tem necessidade de prestar culto. E neste afã de cultuar um ser superior ou a divindade, ele cria os seus deuses, bem como o modo de adorá-lo, com base em suas próprias compreensões e imaginações humanas. Mas, no que diz respeito ao povo do Deus Vivo, não é assim, ou, pelo menos, não deveria ser assim. O povo de Deus não deve criar ídolos conforme suas elucubrações, porque o Deus Vivo e Verdadeiro é Espírito santíssimo e puríssimo (J 4. 23-24). Ele não se permite ser moldado pelas obras das mãos dos homens (Êx 20. 4-5). Ele não permite adulteração daquilo que já foi estabelecido para adorá-lo. O modo de servi-lo foi estabelecido por Ele mesmo.
Contudo, volta e meia criamos ídolos e poluímos a adoração. Substituímos o Deus Criador pela criatura. Trocamos o intangível pelo tangível e visível. Foi Lutero quem disse: “Seja o que for a que o seu coração se apegue e em que deposite a confiança, isso será realmente seu deus”. Muitas vezes, de várias maneiras a igreja se porta como os hebreus ao pé do Monte Sinai e a liderança como Arão (Êx 32. 1-10). Na subida do Sinai, lugar em que Deus se revelou, comunicou com o povo e legislou os dez mandamentos; ali mesmo, o povo construiu o seu ídolo e adorou o bezerro de ouro. De maneira “irrefletida” e frenética o povo pressionou o sumo sacerdote para que ele construísse um Ídolo, algo que fosse palpável e visível. O sacerdote não suportou a pressão do povo. Ele atendeu o clamor pagão do povo. Daí Arão passou de mediador a santeiro. De sumo sacerdote a escultor de imagem.
Lamentavelmente, em nosso contexto religioso não tem sido diferente em relação ao paganismo. Diversas vezes deparamos com coerção pagã do povo. O grito por ídolos ecoam dentre de muitos arraiais cristãos. A pressão em nossa geração é como uma grande avalanche. O povo é pagão por natureza, e, portanto, não suporta o culto estabelecido por Deus. O povo é insaciável por objetos de culto e os líderes muitas vezes são como Arão, fraquejam apresentando ao povo deuses falsos que nada podem fazer. Todos nós temos um pouquinho do sumo sacerdote Arão. Para segurar e atrair o povo tentamos criar mecanismos e artifícios que são verdadeiros ídolos. É verdade, que os ídolos os quais temos edificado hoje, nem sempre são estatuetas, nem sempre são esculturas, mas eles estão entre nós, com toda sua pompa e sutileza. Muitos alojados no âmago do coração do adorador.
Nossas igrejas estão impregnadas dos “bezerros” modernos para entreter o auditório. As vezes são músicas, a arte, os amuletos condenados pelos profetas e apóstolos e também pelos reformadores. Os suntuosos templos modernos estão repletos de adoração a ídolos e estão competindo com a adoração genuína, a qual deve ser dedicada com exclusividade ao Deus Criador e Senhor de tudo e da história. E neste caso, o foco não tem sido o Deus transcendente e imanente, mas todos estes artifícios visuais, palpáveis e sensitíveis têm levando o povo a idolatria. Os objetos outrora condenados e repudiados pelo Senhor dos Exércitos têm substituído a adoração ao Deus vivo.
Todavia, os profetas de Deus precisam tocar a trombeta e conclamar o povo a retornar a verdadeira adoração, onde o objeto de culto é o Deus Eterno, o mediador é Cristo Jesus, homem, o santificador é o Espírito Santo e o modo de adorá-lo está estabelecido em sua santíssima Palavra. Lembremo-nos que, agora o mais importante não é o lugar, nem a hora, pois a hora “[…] já chegou, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque são estes que o Pai procura para seus adoradores” (Jo 4. 23). É tempo de adorar em espírito e em verdade. “Deus é espírito; e importa que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade” (Jo 4. 24). Igreja, “Por isso, recebendo nós um reino inabalável, retenhamos a graça, pela qual sirvamos a Deus de modo agradável, com reverência e santo temor; porque o nosso Deus é fogo consumidor” (Hb 12. 28, 29). Portanto, abandonemos os ídolos e voltemo-nos à verdadeira adoração, cujo Deus Trino seja o foco do nosso culto, em o nome do Senhor Jesus. Amém!
Por: Rev. Fabio Henrique de Jesus Caetano.
Pastor da IPGII – DF.
Nenhum comentário:
Postar um comentário