A GLORIOSA PROMESSA DA SALVAÇÃO
I) O tempo da promessa (Gn 3. 15). A promessa foi feita no
Éden. A queda havia acontecido e o contexto era caótico. O medo e a culpa
esmagavam Adão e Eva. Porém, quando tudo parecia perdido, a semente do
evangelho foi pronunciada: “Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua
descendência e o seu descendente. Este te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o
calcanhar”. Se por um lado, a mulher foi alvo da tentação do diabo, por
outro lado, a mulher seria instrumento de Deus para reverter a tragédia da
queda. O seu descente haveria de esmagar a cabeça da serpente. Desde
então, o povo passa a carregar no alforje a esperança da promessa da vinda do
descendente da mulher. Para exemplificar: “Lameque viveu cento e oitenta e dois
anos e gerou um filho; pôs-lhe o nome de Noé, dizendo: Este nos consolará
dos nossos trabalhos e das fadigas de nossas mãos, nesta terra que o SENHOR
amaldiçoou” (Gn 5. 28, 29). Note que Lameque olha para o menino com esperança.
Ele conclui que Noé seria quem reverteria aquela situação provocada pela queda.
Porém, sabemos que ele não era o descendente prometido. A promessa, entretanto,
não caiu no esquecimento.
II) A trajetória da promessa (Is 7. 14). A situação da
humanidade foi ficando cada vez mais desordenada. Por isso, uma sentença de
punição foi pronunciada e executada (Gn 6. 1-10). Deus disse: “Farei
desaparecer da face da terra o homem que criei [...]”. O dilúvio viria
sobre toda a terra. Porém, uma família haveria de ser preservada, e por meio
dela a continuidade daquilo que foi prometido estava assegurado. A
promessa não seria submergida pelas águas do dilúvio. Foi mantida! Então
surge Abrão no radar da providência (Gn 12; Gl 3. 16), e com Abraão, toda uma
genealogia que acompanha e aguarda o descendente prometido. A Isaque
é ratificada a promessa (Gn 26). De Jacó vieram as doze tribos, dentre as
quais o destaque vai para tribo de Judá. Rute e Boaz fazem parte do plano
de Deus. De Davi veio Jedidias, o amado do Senhor (Salomão). Agora, preste
atenção, além de todo esse registro na história da humanidade, cerca de 700
anos a. C. Deus falou pelo profeta Isaias: “Portanto, o Senhor mesmo vos dará
um sinal: eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho e lhe chamará
Emanuel”. Claro, durante o tempo os homens tiveram as suas incertezas,
dúvidas, medos, angústias e tudo mais. Porém, a promessa jamais caducou,
ela sempre era ratificada pela voz divina, pois quem a fez é fiel.
III) A concretização
da promessa (Gl 4. 4). Depois de vários séculos e milênios o tempo da
concretização da promessa chega. Na linguagem de Mateus o descente da
mulher é o filho de Davi, o filho de Abraão (Mt 1. 1). Marcos é mais
direto e começa o seu evangelho falando que Ele é o Filho de Deus (Mc 1.
1). Lucas, diz que Ele é o ente santo, o Filho de Deus, o Salvador, que é
Cristo, o Senhor (Lc 1. 32, 35; 2. 11). João afirma que Ele é o verbo que
se fez carne (Jo 1. 1, 14). Mas, foi o apóstolo Paulo quem
afirma: “vindo, porém, a plenitude do tempo, Deus enviou seu Filho,
nascido de mulher, nascido sob a lei, para resgatar os que estavam sob a lei, a
fim de que recebêssemos a adoção de filhos”. Simplesmente maravilhoso! Aquilo
que Lameque esperava não foi concretizado no seu tempo, foi, entretanto,
presenciado e experimentado muito tempo depois por um homem chamado Simeão.
“Havia em Jerusalém um homem chamado Simeão; homem este justo e piedoso que
esperava a consolação de Israel; e o Espírito Santo estava sobre ele.
Revelara-lhe o Espírito Santo que não passaria pela morte antes de ver o Cristo
do Senhor. Movido pelo Espírito, foi ao templo; e, quando os pais trouxeram o
menino Jesus para fazerem com ele o que a Lei ordenava, Simeão o tomou nos
braços e louvou a Deus, dizendo: Agora, Senhor, podes despedir em paz o teu
servo, segundo a tua palavra; porque os meus olhos já viram a tua salvação, a
qual preparaste diante de todos os povos: luz para revelação aos gentios, e
para glória do teu povo de Israel” (Lc 2. 25-32). Aleluia! A promessa foi
concretiza.
A promessa feita lá no Éden, que teve a sua trajetória na história sendo ratificada pelo Senhor, agora é a promessa cumprida. Portanto, lembre-se que é Natal! Jesus nasceu! Ele nasceu como cumprimente da promessa de Deus. Nasceu para salvar “[...] o seu povo dos pecados deles” (Mt 1. 21). Nasceu para pisar e esmagar a cabeça da antiga serpente. Nasceu de mulher e debaixo da lei, para nos resgatar da maldição da lei. É Natal! Jesus nasceu! Cantemos a canção angelical: “Glória a Deus nas maiores alturas, e paz na terra entre os homens, a quem ele quer bem” (Lc 2. 14). Aleluia!
Por:
Rev. Fabio Henrique de Jesus Caetano.
Pastor
da Igreja Presbiteriana do Guará – II / DF.
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