A GLORIOSA PROMESSA DA SALVAÇÃO


             Houve um tempo na história quando tudo era bom. Durante tal período a relação do homem com a criação era totalmente harmoniosa. A relação com o seu semelhante era pautada pela paz, pela justiça e pelo amor. Nessa faixa da história não era preciso criar uma mente ecológica, ela estava presente naturalmente. A fauna e a flora eram tratadas como tal, e o ser humano era tratado como ser humano. Agora os animais são tratados como gente, e gente é tratada como animal. Antes a relação com o Criador, bem com a vasta criação e o seu semelhante era perfeita. Todavia, tudo foi afetado, desde que o primeiro casal resolveu virar as costas para o seu Criador. Aqui, porém, surge a promessa gloriosa da salvação. Quero compartilhar com você três verdades sobre essa gloriosa promessa:

I) O tempo da promessa (Gn 3. 15). A promessa foi feita no Éden. A queda havia acontecido e o contexto era caótico. O medo e a culpa esmagavam Adão e Eva. Porém, quando tudo parecia perdido, a semente do evangelho foi pronunciada: “Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e o seu descendente. Este te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar”. Se por um lado, a mulher foi alvo da tentação do diabo, por outro lado, a mulher seria instrumento de Deus para reverter a tragédia da queda. O seu descente haveria de esmagar a cabeça da serpente. Desde então, o povo passa a carregar no alforje a esperança da promessa da vinda do descendente da mulher. Para exemplificar: “Lameque viveu cento e oitenta e dois anos e gerou um filho; pôs-lhe o nome de Noé, dizendo: Este nos consolará dos nossos trabalhos e das fadigas de nossas mãos, nesta terra que o SENHOR amaldiçoou” (Gn 5. 28, 29). Note que Lameque olha para o menino com esperança. Ele conclui que Noé seria quem reverteria aquela situação provocada pela queda. Porém, sabemos que ele não era o descendente prometido. A promessa, entretanto, não caiu no esquecimento.

II) A trajetória da promessa (Is 7. 14).  A situação da humanidade foi ficando cada vez mais desordenada. Por isso, uma sentença de punição foi pronunciada e executada (Gn 6. 1-10). Deus disse: “Farei desaparecer da face da terra o homem que criei [...]”. O dilúvio viria sobre toda a terra. Porém, uma família haveria de ser preservada, e por meio dela a continuidade daquilo que foi prometido estava assegurado. A promessa não seria submergida pelas águas do dilúvio. Foi mantida! Então surge Abrão no radar da providência (Gn 12; Gl 3. 16), e com Abraão, toda uma genealogia que acompanha e aguarda o descendente prometido.  A Isaque é ratificada a promessa (Gn 26). De Jacó vieram as doze tribos, dentre as quais o destaque vai para tribo de Judá. Rute e Boaz fazem parte do plano de Deus. De Davi veio Jedidias, o amado do Senhor (Salomão). Agora, preste atenção, além de todo esse registro na história da humanidade, cerca de 700 anos a. C. Deus falou pelo profeta Isaias: “Portanto, o Senhor mesmo vos dará um sinal: eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho e lhe chamará Emanuel”. Claro, durante o tempo os homens tiveram as suas incertezas, dúvidas, medos, angústias e tudo mais. Porém, a promessa jamais caducou, ela sempre era ratificada pela voz divina, pois quem a fez é fiel.

III) A concretização da promessa (Gl 4. 4). Depois de vários séculos e milênios o tempo da concretização da promessa chega. Na linguagem de Mateus o descente da mulher é o filho de Davi, o filho de Abraão (Mt 1. 1). Marcos é mais direto e começa o seu evangelho falando que Ele é o Filho de Deus (Mc 1. 1). Lucas, diz que Ele é o ente santo, o Filho de Deus, o Salvador, que é Cristo, o Senhor (Lc 1. 32, 35; 2. 11). João afirma que Ele é o verbo que se fez carne (Jo 1. 1, 14). Mas, foi o apóstolo Paulo quem afirma: “vindo, porém, a plenitude do tempo, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, para resgatar os que estavam sob a lei, a fim de que recebêssemos a adoção de filhos”. Simplesmente maravilhoso! Aquilo que Lameque esperava não foi concretizado no seu tempo, foi, entretanto, presenciado e experimentado muito tempo depois por um homem chamado Simeão. “Havia em Jerusalém um homem chamado Simeão; homem este justo e piedoso que esperava a consolação de Israel; e o Espírito Santo estava sobre ele. Revelara-lhe o Espírito Santo que não passaria pela morte antes de ver o Cristo do Senhor. Movido pelo Espírito, foi ao templo; e, quando os pais trouxeram o menino Jesus para fazerem com ele o que a Lei ordenava, Simeão o tomou nos braços e louvou a Deus, dizendo: Agora, Senhor, podes despedir em paz o teu servo, segundo a tua palavra; porque os meus olhos já viram a tua salvação, a qual preparaste diante de todos os povos: luz para revelação aos gentios, e para glória do teu povo de Israel” (Lc 2. 25-32). Aleluia! A promessa foi concretiza. 

          A promessa feita lá no Éden, que teve a sua trajetória na história sendo ratificada pelo Senhor, agora é a promessa cumprida. Portanto, lembre-se que é Natal! Jesus nasceu! Ele nasceu como cumprimente da promessa de Deus. Nasceu para salvar “[...] o seu povo dos pecados deles” (Mt 1. 21). Nasceu para pisar e esmagar a cabeça da antiga serpente. Nasceu de mulher e debaixo da lei, para nos resgatar da maldição da lei. É Natal! Jesus nasceu! Cantemos a canção angelical: “Glória a Deus nas maiores alturas, e paz na terra entre os homens, a quem ele quer bem” (Lc 2. 14). Aleluia!  

Por: Rev. Fabio Henrique de Jesus Caetano.

Pastor da Igreja Presbiteriana do Guará – II / DF.

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