Até quando?


            Uma preposição mais um adverbio: “até quando?” Você já fez alguma vez esta pergunta? Eu já fiz. Não foi uma vez, mas várias vezes. Sempre que a fiz o momento era marcado por algum tipo de aflição. A sensação que tinha era de que o tempo havia se esticado. Tinha a impressão que o relógio estava  parado ou coisa parecida. Durante aquele momento de tribulação parecia que o tempo era o meu inimigo. O demorar demais da situação era uma conspiração contra mim. Confesso, não é fácil quando as coisas parecem emperradas ou estagnadas. De sorte que esta pergunta sempre emerge por ocasião de tempos difíceis. Quando a situação é turbulenta, quase que inevitavelmente, brota esta pergunta do seio da alma.  
            Você já a fez? Quem sabe agora mesmo você tem perguntado  como o salmista: “Até quando, SENHOR?” (Sl 13. 1). Ou, perguntas semelhantes têm sido feitas por você, ou por pessoas que fazem parte de seu convívio. Observe que a pergunta do salmista foi dirigida ao Senhor. O seu drama fez com que sentisse que o Senhor estava demorando demais para agir. Era como se ele se sentisse esquecido. Note, portanto, que não é uma pergunta nova, não é algo tipicamente da nossa geração. Pelo contrário, ela já foi feita muitas vezes no passado por diferentes pessoas. Talvez, por conta da situação atual, pode ser que a supracitada  pergunta esteja sendo feita de maneira mais constante e por muitas pessoas. Com toda certeza ela tem ecoado com bastante frequência ultimamente, até porque a situação que estamos enfrentando impõe sobre as pessoas o peso da sensação de demora, nalguma medida a situação gera angústia. 
            Muitos têm perguntado: “até quando?” Perguntam, porque esperar não é uma tarefa fácil. A nossa geração não gosta de esperar. Nascemos e crescemos numa cultura que é terminantemente imediatista. O modo como vivemos mostra o quão inquieto e agitado somos.  As coisas precisam acontecer de forma rápida. Não temos paciência para aguardar. Por outro lado, as pessoas têm perguntado, porque aguardam a oportunidade para retornarem às suas atividades. Os seus compromissos ficaram estagnados. Então têm pressa para reassumir a execução de suas agendas o mais rápido possível. Todavia, agora é tempo de robustecer a paciência. O período demanda da igreja o esperar pacientemente e confiantemente, sem esmorecer. Depois de tudo, quando tudo isto passar, então diremos: “que bom que não aconteceu como, nem quando desejamos que acontecesse”.
            Com isso, aprenderemos que o Senhor atua no seu tempo, conforme a sua agenda soberana e sábia. Talvez, agora que parece que tudo tem demorado demais, o Senhor Jesus esteja nos falando: “Ainda não é chegada a minha hora”. Enquanto isso, espere um pouco mais, então verás  a glória de Deus. Enquanto isso, renove a sua confiança dizendo como o salmista: “No tocante a mim, confio na tua graça; [...]” (Sl 13. 5). Enquanto isso, tenha a atitude do salmista: “Cantarei ao SENHOR, porquanto me tem feito muito bem” (Sl 13. 6). Portanto, espere, confie e cante louvor ao Senhor Deus.
Por: Rev. Fabio Henrique de Jesus Caetano
Pastor da Igreja Presbiteriana do Guará - II, DF.

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