A IGREJA COMO TESTEMUNHA NA SOCIEDADE
Imagine três famílias vivendo num mesmo país, numa
mesma cultura e numa mesma sociedade.
São três famílias que assumem posturas diferentes, a saber:
A primeira família
vamos chamar de família Silva. A família Silva resolve mergulhar na sociedade
sem nenhum critério. Ela acha que pode tudo. Acha que a cultura é inofensiva.
Ela adota um espírito antinomista,
isto é, uma vida sem lei.
A segunda família vamos chamar de família
Souza. A família Souza resolve afastar-se da sociedade. Ela entende que tudo na
sociedade é nocivo. Nada presta nem é útil para a vida. Ela assume um espírito
asceta, isto é, afastamento total da sociedade.
A terceira família vamos chamar de família
Santos. A família Santos nem mergulha na sociedade nem se afasta dela, pois
aprendeu a transitar naquela sociedade e cultura, porém sem se contaminar. Sabe
que é possível viver na sociedade de modo santo, sendo testemunha de Deus em
sua geração e sociedade.
Sabemos que não é fácil ser família Santos no mundo.
Porém, sabemos que é possível ser santo no mundo, não importa qual seja a
situação e o momento da história. O Senhor Jesus nunca disse que seria fácil,
pelo contrário, disse que a igreja enfrentaria hostilidade por causa do seu
nome.
É verdade que talvez nunca tenha sido tão difícil
ser igreja na atual conjuntura. Entretanto, a igreja chamada do mundo, também é
a mesma que é enviada ao mundo, e ao mesmo tempo, ela á chamada a resistir a
sedução do mundo. Na verdade, a igreja é chamada para ser sal da terra e luz do
mundo. Foi o Senhor Jesus quem disse: “Vós sois o sal da terra [...] e “Vós
sois a luz do mundo (Mt 5. 13, 14).
O profeta Daniel nos ajuda a entender a relação da
igreja no mundo. Daniel não escolheu ir para o mundo no qual haveria de viver o
resto da sua vida. Não escolheu ir para a Babilônia. Tanto Ele quanto os seus
amigos foram levados para a Babilônia (Dn 1. 2-4).
Lembre-se que a Babilônia é símbolo de uma
sociedade pagã, uma sociedade sem Deus e inimiga de Deus. Ela é símbolo de uma
cultura hostil aos valores do reino de Deus e ao povo de Deus. O governo da
Babilônia, assim como sua população não temem o Deus de Israel nem têm estimo-lo
por sua lei.
Havia naquela sociedade ídolos que governavam os
corações dos homens. Os ídolos daquela sociedade eram diversos. De modo geral,
os ídolos exerciam domínio naquela cultura como um todo. Como parte daquele sistema
existia: a sedução, a pressão e a perseguição cultural.
Hoje, a igreja também vive numa sociedade
semelhante àquela da Babilônia. A igreja é colocada na sociedade cuja cultura
está eivada de paganismo. A idolatria está presente em todas as estruturas da
sociedade: na política, na educação, na arte e na gastronomia. Nela, a igreja é
chamada a resistir a sedução, a pressão e a perseguição cultural.
Precisamos de resistência já! Como é possível
resistir? O que temos que resistir? O que é preciso ter para resistir? O que é
preciso fazer para resistir? Mas ao mesmo tempo precisamos perguntar: O que não é preciso
resistir?
Aqui serão
listadas duas coisas, as quais são dignas de nota, segundo o registro
encontrado no livro do profeta Daniel, a saber:
Em primeiro lugar,
ninguém escolhe a cultura na qual quer nascer. Nascemos na sociedade
brasileira. Aqui é a nossa pátria terrena. Como igreja não temos que ter medo.
Estamos aqui, nesse tempo e na atual geração por vontade soberana de Deus. Deus
quis estivéssemos aqui, não apenas quis, mas planejou que estivéssemos aqui.
Portanto, não temos por que temer.
Em segundo lugar,
ninguém precisa negar algumas coisas que são oferecidas pela cultura. Na
sociedade existe muita coisa que faz parte da graça comum, a qual é franqueada à
humanidade. Daniel não demonizou o ensino sobre
a cultura babilônica nem se negou aprender o idioma daquele povo, pelo
contrário, foi instruído e capacitado para servir naquela sociedade na qual o
Senhor o havia levado.
A igreja precisa saber que existe na
sociedade uma cultura Anti-Deus. Porém, não é preciso fugir dela nem mergulhar
nela. O papel da igreja é fazer aquilo para o qual foi chamada e enviada:
proclamar o glorioso evangelho. A igreja foi comissionada a contar aos homens sobre as boas novas de
salvação em Jesus Cristo. Por isso mesmo, a igreja não deve fugir
nem aderir a totalidade daquilo que existe na sociedade. Ela deve transitar
como testemunha daquele que nos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz.
Portanto, como
igreja não perca a oportunidade de testemunhar o grande amor de Deus na
sociedade contemporânea.
Por: Rev. Fabio Henrique de Jesus Caetano.
Pastor da IPGII – DF.
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