A SANTIDADE GERA ARREPENDIMENTO
Durante a
crise Deus se revelou ao profeta. O rei Uzias havia morrido. Com isso, o povo
estava inseguro. Porém, num tempo de incerteza e insegurança, o Senhor soberano
estava assentado “[...] sobre um alto e sublime trono [...]” (Is 6. 1), afirma
a Escritura.
Na crise
precisamos entender de uma vez por todas que o Senhor governa sobre tudo. Nada
foge ao seu governo. Ninguém precisou mostrar ao profeta o que, efetivamente, estava
acontecendo na esfera celestial, o que impacta diretamente aqui na terra, o Senhor
mesmo revelou o seu efetivo controle sobre a história e a circunstância.
Igreja, quando tudo parecia estar
fora de controle, o profeta diz: “Eu vi”. Os olhos dele viram o Senhor. Os
olhos do profeta foram guindados da terra para o céu. Seus olhos foram erguidos
para o alto. Daí o mundo invisível foi contemplado pelo profeta de uma maneira
impactante.
Logo, o que o profeta viu? Ele
viu o Senhor governando. Viu o trono eterno do Senhor; viu o trono ocupado pelo
Rei do universo; viu que o seu governo é intocável e inabalável; o profeta viu
mais, viu a pujança da santidade do Senhor Deus.
O que mais ele viu? Viu o movimento e ouviu os serafins que:
“[...] clamavam uns para os outros, dizendo: Santo, santo, santo é o SENHOR dos
Exércitos; toda a terra está cheia da sua glória” (Is 6. 3). Foi mais do que
impactante. Foi aterrador.
Povo de Deus,
absolutamente nada é mais confrontador do que a santidade do Senhor. Logo que o
profeta viu a superlativa santidade de Deus também viu sua pecaminosidade.
Assim, depois que Isaías viu o que viu, ficou cônscio da sua condição de
pecador. Tão logo contemplou a santidade do Senhor, sua consciência foi
imediatamente ativada para sua própria situação.
Amigos, não foi a liturgia
ritualística que confrontou o profeta, foi a santidade do Senhor que fez com
que sua indignidade ficasse patente. Foi a santidade do Senhor que fez com que
sua impureza ficasse escancarada. Sua culpa foi revelada por causa da santidade
do Senhor. Por isso, o profeta grita: “ai de mim! Estou perdido!” (Is 6. 5).
Tudo que aconteceu serviu para
confrontar o profeta. Tudo o que ele viu, fez com que enxergasse a si mesmo.
Tudo que conheceu fez com que conhecesse a si mesmo. Sabem por quê? Porque a
visão de quem Deus é em sua santidade produz consciência da nossa indignidade e
da nossa impureza perante seus olhos.
É importante notar que antes de
Isaías proferir os ais sobre os outros (Is 5. 8, 11, 18, 20, 21, 22), o profeta
teve que dizer: “Ai de mim” (Is 6. 5). Sabe por quê? Porque apenas quem consegue
ver o Senhor, conseguirá ver a si mesmo. Ninguém que não tenha compreendido sua
real situação tem condição para ser anunciador da mensagem.
Por fim, entendo que a falta de
arrependimento da igreja contemporânea tem relação com sua ignorância quanto ao
Ser de Deus. A situação atual da igreja tem relação com a falta de
confrontação.
Por isso mesmo, hoje não tem
havido arrependimento por parte da igreja, porque não é falado da santidade de
Deus. Além disso, também não é falado sobre a natureza do pecado. A pregação
não tem dado destaque a malignidade do pecado nem quanto hediondo é nosso
pecado.
Sendo assim, fica claro que a
mensagem que ressalta o Ser de Deus também acaba por revelar a condição do
homem, que por sua vez, produz o sentimento necessário para o arrependimento.
Precisamos entender que apenas a
convicção da culpa coloca o homem no caminho da confissão. E a confissão nos
leva para o lugar de purificação. Entendamos de uma vez por todas que não há
purificação sem a devida compreensão da nossa condição. E, portanto, não há
purificação sem arrependimento e confissão.
Por isso, bendito seja o Senhor
por nos confrontar por meio da sua santidade, porque por meio dela nasce o
fruto do arrependimento para a salvação em nosso coração.
Por: Rev. Fabio Henrique de Jesus Caetano.
Pastor da IPGII – DF.
Nenhum comentário:
Postar um comentário