ÉTICA TAMBÉM É TESTEMUNHO

 

Todo cristão fica maravilhado com aquilo que as boas novas do evangelho efetuou em seu coração. Por isso mesmo, todo cristão genuíno crê que o evangelho da graça de Deus que o transformou precisa ser proclamado ao mundo inteiro. Sabe que deve anunciar e testemunhar para o mundo aquilo que Deus fez na pessoa bendita de seu Filho Jesus. Todavia, lamentavelmente, nem todo cristão tem conseguido conciliar o discurso com os atos, a doutrina com a prática. Sabemos à luz da Escritura que a fala e a ética são inseparáveis. Não é sábio praticar um, mas negligenciar o outro.
O apóstolo Pedro, em sua primeira epístola, traz uma palavra sobre o valor da ética na sociedade na qual a igreja está inserida. Ele diz: “Amados, exorto-vos, como peregrinos e forasteiros que sois, a vos absterdes das paixões carnais, que fazem guerra contra a alma, mantendo exemplar o vosso procedimento no meio dos gentios, para que, naquilo que falam contra vós outros como malfeitores, observando-vos em vossas boas obras, glorifiquem a Deus no dia da visitação” (1Pe 2.11, 12). Note que a postura ética do discípulo de Cristo tem um impacto frutificador na vida do observador. Perceba que o procedimento santo do cristão produz um efeito maravilhoso na vida daquele que não teme a Deus.

Diante disso, não podemos dicotomizar a nossa vida na sociedade. Precisamos pregar o evangelho e dar o exemplo para aqueles que nos veem. Todavia, infelizmente, às vezes falamos uma coisa, mas fazemos diferente daquilo que professamos. Tal questão é tão séria, que o apóstolo João diz: “Aquele que diz: eu o conheço e não guarda os seus mandamentos é mentiroso, e nele não está a verdade" (1Jo 2. 4). Não se engane, Deus não fica nem um pouquinho impressionado com a sua fala dissociada da vida. Deus exige a conciliação inseparável tanto do aspecto verbal quanto do aspecto ético do testemunho cristão. Precisamos falar sim, mas também precisamos dar visibilidade a mensagem por meio do modo como vivemos.

O princípio aqui é o seguinte: temos o dever de anunciar o evangelho, mas, também temos a responsabilidade de materializar o nosso discurso. O testemunho cristão não deve ser caracterizado apenas pela verbalização da mensagem. Ele deve ser ouvido e observado pelos olhos daqueles que nos ouvem. Deve ser anunciado e comprovado pela conduta exemplar de todo povo de Deus. Devemos comunicar sim o evangelho aos ouvidos e anunciá-lo também aos olhos das pessoas. O que falamos deve ser carimbado com o que fazemos. Somos chamados para anunciar a boa nova para atestar aquilo que anunciamos com o nosso estilo de vida.

Para tristeza nossa, o cristianismo tem sido mais discursado do que vivenciado. Lamentamos que muitos cristãos não têm harmonizado a fala com a conduta. Muitos falam uma coisa, mas praticam outra coisa. Para muitos, as palavras são como giz, a vida como lousa e a conduta como apagador. O que falam é apagado por meio daquilo que fazem. Chega de contradição. Cuidemos, porém, para que a nossa piedade confirme a nossa mensagem, para que a nossa vida seja um outdoor daquilo que anunciamos. A ética cristã também é nossa responsabilidade. Ela é totalmente eficiente quando as nossas palavras não dão conta de explicar a razão da nossa esperança. A ética também é testemunho. Continuemos falando da boa nova, mas não deixemos a ética de lado, porque cumpriremos o nosso papel de ser sal da terra e luz do mundo.

Para finalizar, escute a voz do seu Senhor e Salvador, que diz: “Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus” (Mt 5. 16). Não se esqueça jamais: ética também é testemunho!


Por: Rev. Fabio Henrique de Jesus Caetano.

Pastor da IPGII – DF.

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