CEIA, A MESA DA GRAÇA


         
A crucificação foi um evento determinado pelo santo decreto de Deus, o Pai. Foi um acontecimento planejado na eternidade. Portanto, era de caráter irrevogável. Logo, a crucificação de nosso amado Salvador estava se aproximando. Jesus sabia desde sempre que a cruz seria inevitável. E, assim que iniciou o seu ministério, Jesus sabia que o dia horrendo estava chegando de modo célere. Sendo assim, após uma jornada intensa de instruções transmitidas aos seus discípulos, o Senhor Jesus disse: “Sabeis que, daqui a dois dias, celebrar-se-á a Páscoa; e o Filho do Homem será entregue para ser crucificado” (Mt 26. 2). Observe, portanto, que Ele tinha plena consciência daquele momento sombrio (Jo 12. 27)
            O que havia sido planejado na eternidade, agora começa a ser executado no corredor da história humana. A tramoia estava sendo urdida nos bastidores pela liderança judaica. Judas Iscariotes faria um acordo com os principais sacerdotes e trairia o Filho bendito de Deus por míseras trinta moedas de prata (Mt 26. 14, 15). Portanto, agora, era só aguardar uma ocasião propícia para entregá-lo (Mt 26. 16). Tudo isso foi feito para cumprir a profecia. Então, num dia memorável para os descendentes de Abraão, o dia de Páscoa, evento que rememorava a libertação do povo hebreu da escravidão egípcia, veio a ser uma noite sombria.
            Todavia, aquela noite escura não pôde ofuscar a sublimidade da última instrução de Jesus Cristo antes da crucificação. O traidor estava à mesa com os demais discípulos, mas, mesmo assim, o Senhor não deixou que a situação empalidecesse a intensidade do brilho da luz da instituição da ceia. Ao instituí-la, o Senhor estabelece um meio de graça pelo qual será manifestada a graça invisível. Desde então, a ceia do Senhor é um banquete espiritual oferecido aos servos de Deus, até que o Senhor Jesus volte. A ceia é a mesa do banquete. Ela é a mesa da graça. Ela é lugar de comunhão vertical, isto é, com Deus. É também tempo de comunhão horizontal, ou seja, com o outro.
            Na mesa da graça percebo-me como filho de Deus, mas também sou percebido pelo outro e vejo o outro como filho de Deus. Na mesa da graça sou nutrido espiritualmente. Ali, os elementos que estão sobre a mesa, além de nos nutrir, têm poder pedagógico. Eles despertam a nossa mente da letargia e acordam a nossa alma do sono espiritual. A mesa da graça tem o poder de nos remeter ao passado. Com isso, lembra-nos que Cristo morreu por todos os nossos pecados. Ela nos recorda que somos amados por Deus Pai de modo incomparável.
            Não se esqueça que na mesa da graça rememoramos o sacrifício de Cristo. Ele foi o nosso substituto. Recebeu o castigo que nos traz a paz e morreu a nossa morte. Olhamos para o presente e constatamos que não temos nenhum mérito para assentarmos à volta da mesa da comunhão, mas o fazemos porque a justiça de Cristo foi depositada em nossa conta.  Erguemos os olhos para o futuro. Daí somos recordados de que Cristo venceu a morte.  Ele está vivo e vai voltar para nos buscar. Por intermédio da mesa da graça ecoa a voz incomparável do grande amor de Deus. Deus te ama, meu irmão e minha irmã. Deus nos ama com amor eterno.
            Não sabemos como você tem participado da mesa da graça. De agora em diante participe da mesa do Senhor com essa perspectiva. Lembre-se que: “Todas as vezes que comerdes este pão e beberdes o cálice, anunciais a morte do Senhor, até que ele venha.” (1Co 11.26). Agora ore assim: “Querido Deus, a tua graça se revela de muitas formas. A santa ceia é uma delas. Portanto, que eu nunca me afaste desse momento de fortalecimento espiritual. Em nome de Jesus. Amém”.

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