O Mercado da Graça

São Paulo - Mercado Municipal

Quando vou a cidade de São Paulo, sempre que disponho de um tempinho, procuro passar no Mercado Municipal. Acho magnífico aquele lugar. Naquele espaço vejo diversas frutas, várias comidas e bebidas, muitas pessoas correndo de um lado para o outro, vendedores querendo persuadir os possíveis clientes e uma grande circulação de dinheiro. Aprecio muitíssimo as iguarias disponíveis ali para serem consumidas. Porém, tem um detalhe muito importante: para você comer lá imperativamente tem de pagar. Nada naquele lugar é de graça.

Para falar sobre o convite da graça, o profeta Isaías coloca diante de seus ouvintes uma tela com uma imagem de um mercado. O quadro é belíssimo. As cores fortes e cativantes. O mercado está cheio e a porta da graça escancarada para todos. Na entrada do mercado tem um convite feito a todos indistintamente. O convite é para você, mas também é para o outro. Na verdade, o convite é dirigido aos homens indistintamente. Todavia, só acolherão o convite do mercado da graça aqueles que reconhecerem que têm necessidades essenciais daquilo que é elementar para a subsistência.

Vejamos as palavras proféticas de Isaías: “Ah! Todos vós, os que tendes sede, vinde às águas; e vós, o que tendes dinheiro, vinde, comprai e comei, sim, vinde e comprai, sem dinheiro e sem preço, vinho e leite” (Is 55. 1). Os ouvintes são convidados a virem para receber de graça vinho e leite. Tudo que é oferecido ali não exige pagamento, a única coisa que é requerida é a locomoção e o desprendimento. A pessoa que deseja receber suprimento para uma vida abundante deve sair de onde se encontra, além de reconhecer as suas necessidades. Sempre foi assim, mas hoje, sobretudo, muita gente necessita de água para saciar a sua sede existencial, precisa de comida para a sua alma que se encontra num processo de definhamento existencial. O problema, porém, é que não querem admitir que a sede e a fome que têm só serão plenamente satisfeitas por aquilo que é dado pelo Senhor Jesus.

Talvez o caso da mulher samaritana que buscou saciar as suas necessidades por meio do escape relacional elucide bem o que aqui colocamos. Ela teve vários relacionamentos, no entanto, não obteve nenhum sucesso. A priori, ela não estava disposta a admitir a sua lacuna existencial. Ela já tinha tido cinco maridos, e agora estava morando com outro homem que não era seu esposo. Sua busca, portanto, era incessante. Entretanto, o dia que o Senhor Jesus lhe disse: “aquele, porém, que beber da água que eu lhe der nunca mais terá sede; pelo contrário, a água que eu lhe der será nele uma fonte a jorrar para a vida eterna” (Jo 4. 14). Aquela mulher percebeu que tinha uma sede existencial que só poderia ser saciada com algo que vai além do material. Então, ela pede ao Senhor Jesus: “Senhor, dá-me dessa água para que eu não mais tenha sede, nem precise vir aqui buscá-la” (Jo 4. 15). Pois bem, assim como aquela mulher encontrou e recebeu de graça o que tanto precisava, assim também a mensagem proferida por Isaías tem a mesma finalidade.   

Diante disso, finalizo ressaltando que, no mercado da graça, o sedento encontra água para matar a sede, o faminto, comida para saciar a fome, o triste acha alegria para o seu espírito, o desesperançado recebe esperança para a alma. O mercado da graça é uma pintura daquilo que Deus oferece na pessoa de seu Filho, Jesus Cristo. A porta ainda está aberta. Escute a voz da graça e aceite o seu convite. Hoje é o dia para receber tudo aquilo que o Senhor Deus oferece graciosamente em seu Filho, Jesus Cristo, aquele que pode saciar a sua sede e matar a sua fome. Ele sim pode conceder-lhe perdão e tirar o seu fardo pesado de culpa. Venha a Ele agora mesmo e receba de graça o presente da vida eterna.

Autor: Rev. Fábio Henrique de Jesus Caetano

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