A MATEMÁTICA DA GRAÇA


“Sobreveio a lei para que avultasse a ofensa; mas onde abundou o pecado, superabundou a graça” (Rm 5.20).

Após a entrada do pecado no mundo, a condição humana tornou-se complexa e desesperada. Do ponto de vista relacional, fica evidente o quanto ficou complicada a relação do homem com o seu criador, com o seu semelhante e com a criação. O seu desespero torna-se patente por causa daquilo que a lei reivindica. A situação pintada aqui atesta que indistintamente todos os seres humanos estão numa mesma condição.

O homem é pecador e, porque é pecador, a força de sua natureza caída o submerge no pântano do pecado e faz com que se distancie de seu Criador. Para avolumar o seu desespero, a lei vem para revelar a sua pecaminosidade e o quão distante encontra-se do padrão de Deus. Além disso, a lei tem o papel de tornar a situação mais palpável para o homem perceber sua culpa. A lei deixa nossa consciência mais clara sobre o nosso estado; não aumenta o volume do pecado, mas o torna mais evidente. A lei apenas ilumina a escuridão da nossa alma, para mostrar o quanto está sujo o porão de nosso coração.

Até aqui temos demonstrando, portanto, a situação do ser humano e como a lei realça a sua situação em relação ao padrão de Deus. De sorte que a função da lei embora revele o abismo caótico da existência humana, entretanto, não resolve o problema do pecador, mas demonstra a sua culpabilidade. Nossa situação à luz da lei de Deus é insolúvel; nossa dívida impagável. Todavia, nem tudo está perdido.

Se pudéssemos colocar de forma contábil ou matemática, a nossa situação seria irremediável. No entanto, algo extraordinário acontece porque “onde abundou o pecado, superabundou a graça”. Não podemos entender a manifestação excessiva da quantidade de graça sem a pessoa do Senhor Jesus. Ele é o Verbo de Deus que habitou entre os homens cheio de graça (Jo 1. 14). A graça sobre graça veio por intermédio d’Ele (Jo 1. 16). Para que a nossa condição fosse mudada no que tange a lei, assim como a nossa condição pecadora contra o Pai celestial, foi necessário que Jesus viesse ao mundo e morresse pelos nossos pecados para satisfazer as reivindicações da santa lei de Deus. O Senhor Jesus fez a maior transação para que a nossa dívida fosse quitada. Ele foi o nosso substituto. Morreu a nossa morte. Pagou a nossa dívida. Com isso, Ele creditou a sua justiça em nossa conta de modo que a infração do pecado foi interrompida pela superabundância de sua maravilhosa graça.

Sendo assim, podemos fazer coro com o apóstolo Paulo: “Agora, pois, já nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus” (Rm 8. 1). Por causa da morte de Cristo, nossa dívida foi devidamente quitada. A graça superabundou. A lei foi satisfeita. O pecado foi vencido. A morte de Cristo destruiu o pecado. Aquilo que não podíamos fazer, a graça fez. A matemática da graça é superior à matemática do pecado. Uma contabiliza o saldo devedor, a outra contabiliza a quitação da dívida. Então, podemos orar com gratidão: “Senhor, a tua graça é maior do que meus pecados. Depois que a tua graça é aceita, nenhuma condenação há! Quero agradecer-te por tão grande amor revelado a mim. Em nome de Jesus. Amém”.

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