A MANIFESTAÇÃO DA GRAÇA DE DEUS
A MANIFESTAÇÃO DA GRAÇA DE DEUS
O
homem é pecador. Ele é concebido em pecado, tem a natureza
pecaminosa, vive pecando e é escravo da sua maldade. Nasce morto, e,
portanto não tem condição de voltar-se para o seu Criador. Seu
coração é insensível, por isso, não ama o Senhor Deus. Seus
ouvidos estão impedidos para ouvir a voz de Deus. Por conta disso, o
homem não pode retornar-se para Deus nem salvar a si mesmo. A
salvação do homem, portanto é uma manifestação da graça
salvadora de Deus. Ele é salvo e educado pela graça. Assim como o
homem é salvo pela graça, da mesma forma podemos dizer que a graça
o educa. Ninguém pode salvar a si mesmo nem mudar o seu próprio
coração. Deus, porém, salva o ímpio e o faz santo. O apóstolo
Paulo ensina que a manifestação da graça tem dois propósitos. A
graça tanto salva quanto educa. A seguir vamos extrair duas lições
sobre a manifestação da graça de Deus de acordo com (Tt 2. 11,
12):
Em
primeiro lugar, vejamos o que Paulo afirma acerca da
manifestação da graça: “Porquanto
a graça de Deus se manifestou salvadora a todos os homens”
(Tt 2. 11).
A finalidade da manifestação da graça de Deus é salvar
homens de toda as etnias e culturas. Entretanto, há pessoas
de diversos matizes que ainda pensam que foram salvas por
conta daquilo que deixam de fazer ou por causa daquilo que
fizeram. Este tipo de compreensão é uma forma distorcida do
ensino da salvação pelas obras. Contudo, o ensino da
Escritura aponta noutra direção: não foi o que fizemos nem
o que deixamos de fazer, nem o que éramos nem o que somos
que atraiu a graça. O que Deus é e fez é que nos atraiu
para a graça. Deus nos salvou pela graça. A Escritura é
categórica quando diz: “Porque
pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de
vós; é dom de Deus”
(Ef 2. 8).
Portanto, não conquistamos a graça; foi a graça que nos
conquistou. A salvação não é uma conquista humana, mas
uma doação da graça divina. Não foi o homem quem primeiro
amou a Deus; foi Deus quem nos amou e provou seu amor por
nós, dando-nos seu Filho para morrer em nosso lugar, sendo
nós ainda pecadores. Fomos conquistados pelo amor de Deus.
Ele nos deu vida quando estávamos mortos, éramos filhos da
ira, agora, porém, temos vida e somos filhos amados. Por
isso, não nos esqueçamos de que devemos tudo à graça de
Deus, sobretudo, a nossa salvação, pois precisamos de graça
até para entendermos que a graça é graça. Concluímos,
portanto, que a graça de Deus manifestou-se arrebatando-nos
da perdição eterna. Além de nos salvar, a manifestação
da graça tem como propósito nos educar.
2)
A manifestação da graça de Deus educa o homem.
Em segundo lugar, vejamos a continuação da instrução
apostólica sobre tal verdade: “educando-nos
para que, renegadas a impiedade e as paixões mundanas, vivamos,
no presente século, sensata, justa e piedosamente”
(Tt 2. 12). Hoje,
fala-se muito sobre a questão da educação. Muitos acreditam que
as mudanças sociais alcançarão o seu êxito por intermédio da
instrução. A sociedade, no entanto, pode até informar o
intelecto e preparar as pessoas para a inclusão social, mas não
pode mudar o coração nem transformar o comportamento do ser
humano. O profeta ensina a mesma verdade de uma forma magistral.
Para isso, ele usa o recurso retórico, quando pergunta: “Pode,
acaso, o etíope mudar a sua pele ou o leopardo, as suas manchas?
Então, poderíeis fazer o bem, estando acostumados a fazer o mal”
(Jr
13. 23).
A resposta é não. Ninguém altera sua conduta, sem antes ser
transformado pela graça divina.
Todavia, a manifestação da graça salvadora vem acompanhada de
múltiplos benefícios. Ela encontra-nos mortos e concede-nos
vida, alcança-nos caídos e coloca-nos de pé, encontra-nos com o
entendimento obscurecido, porém traz luz à nossa mente. A graça
tem método, alvo e conteúdo. Ela salva o homem e o matricula na
escola da piedade, encontra-o no caminho tortuoso e coloca-o na
vereda da justiça, resgata-o da prática do mal e ensina-o a
fazer o bem. Ela prepara o crente para uma vida santa. Sua
finalidade é conformar-nos à imagem do Filho de Deus. Assim, o
propósito da graça é ensinar-nos a renunciar os comportamentos
mundanos. Ela ensina-nos como viver. A graça, no seu exercício
pedagógico, desconstrói os fundamentos velhos e edifica novos
pilares, substitui hábitos pecaminosos por hábitos santos,
remove os valores mundanos pelos do reino de Deus. Nosso destino é
o céu, porém, a graça prepara-nos para vivermos como cidadãos
da pátria celestial aqui e agora. A instrução da graça se
inicia com a salvação e termina na glorificação. Deus salvou
você para morar no céu, porém, o educa para viver aqui na
terra, como cidadão da pátria celestial.
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