Oração de um servo preste a ordenação



Esta oração fora feita por um pastor por ocasião da iminência da sua ordenação ao sagrado ministério.

Senhor Deus, criador dos céus e da terra e de tudo que neles há. Está chegando o dia da minha ordenação, faltam exatamente nove dias, próximo está, mas já teve momentos em que pensei que não iria chegar, pois as lutas de seminarista pareciam nublar esse dia, mas nunca deixei de acreditar que a benfazeja mão do Senhor me concederia a honra desse momento. O assalto da dúvida não estava em saber se o Senhor poderia me conceder tal privilégio, mas em saber se a minha pusilanimidade de homem me faria desistir dessa jornada. Afinal de contas, foram doze anos desde o dia em que senti a vocação para o ministério até esse dia que se chama hoje, não foram poucas as lutas e somente o Senhor as conhece todas, e hoje sei que cada uma delas foram necessárias para a minha preparação, haja vista, a ciência que tenho de que as que estão por vir serão bem maiores. Graças lhe dou por me sustentar até aqui.
Meu Deus, se na reunião do presbitério me perguntassem se estou preparado para o sagrado ministério, talvez ficasse hesitado para dar a resposta, se fosse há algum tempo atrás eu ficaria excitado em dizer sim. Mas, com um conhecimento um pouco maior do que é realmente o ministério pastoral e os desafios que estão pela frente eu diria que não sei se estou realmente preparado. Mas que meu coração ansiava pela obra do Senhor, por pregar a mensagem de salvação ao homem perdido; de aconselhar ao casal que não vê mais esperanças no seu relacionamento; de passar horas e horas no hospital ao lado do próximo adoentado; de mostrar o Seu amor Senhor e consolar a família enlutada pela perda de um ente querido dizendo-lhes que chegaria o dia em que não haveria mais dor e que o seu familiar iria ressuscitar no grande dia da volta de Seu Filho, o Salvador; de celebrar religiosamente o enlaço matrimonial de um jovem casal dando-lhes além das primeiras instruções da vida marital, a benção do Senhor, dos altos céus sobre aquelas duas vidas que a partir de então seriam apenas uma; de batizar a criança e dizer para que todos ouçam que o Senhor a ama e que a ela pertence o reino dos céus e que os pais dela têm a responsabilidade de ensiná-la o caminho desse reino, e não quero só dizer isso Deus, mas caminhar junto com eles como o bom pastor que conhece e conduz as suas ovelhas; de batizar e conduzir o recém convertido a fazer a pública profissão de fé, mostrando-lhe as verdades desse sublime privilégio de ser chamado filho do Senhor Deus; de celebrar a Santa Ceia na casa do Senhor e mostrar que esse sacramento é o meio de graça visível, a maior expressão do Seu amor para como o homem perdido, pois revela a morte substitutiva e vicária de Jesus em nosso favor; de ajudar e levar a igreja a ajudar os pobres, as viúvas; de mostrar para a igreja que ela deve investir em missões, no reino dos céus, pois muitos são os que estão espalhados e que andam perdidos sem alento e Cristo no coração; de no momento da disciplina de um irmão faltoso, não acusá-lo, nem muito menos condená-lo, mas procurar fazê-lo como um discípulo de Cristo, mostrando-lhe que as penas que porventura possam advir por causa do seu erro, são na verdade a expressão do amor de Deus através dos oficiais que o Senhor mesmo estabeleceu na igreja para a salvação da alma dele, afinal de contas à correção faz parte do amor, já diz o ditado: “quem ama corrige”; ainda, diria que o meu coração anseia sim, por aqueles atos do ministério que outros colegas diriam que não são tão convidativos e tão atrativos para eles, como por exemplo, as assembléias da igreja, a reunião do conselho, do presbitério, sínodo e supremo concílio, pois a minha visão é que o bom governo da Sua igreja Senhor está intrinsecamente ligado a tais reuniões e por mais demoradas e cansativas que possam ser, o bom obreiro saberá que são imprescindíveis as decisões que ali serão tomadas para o crescimento sadio do corpo de Cristo; e por fim, terei não só felicidade, mas muito amor e disposição em ajudar aquele que diante de mim falar que se sente chamado para o ministério, lembrarei desse dia, lembrarei dessa oração, lembrarei da minha vida e de maneira nenhuma encolherei minha mão, de maneira nenhuma direi: “ele precisa aprender a duras penas o que é ser ministro do evangelho”, não Deus! isso não pode acontecer no Seu Reino, ajuda-me Senhor, a lançar para longe de mim, tal conjectura. Ajuda-me a ajudá-lo para que ele seja mais um no combate contra o mal, que se chama pecado e para que o Seu nome seja glorificado na nossa vida e no nosso ministério.
Senhor dos céus, diante desse anseio, alguém poderia perguntar “mas depois de todo esse seu desejo de servir a Deus na Sua obra, como você pode dizer que não sabe se está preparado?” Se porventura alguém fizer essa pergunta Deus é porque ela só olhou a parte do ministério que todos querem passar, mas se porventura esta pessoa se lembrar do que realmente envolve ser ministro do evangelho, ela se lembrará que Jesus disse em Lc 9.23: “Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, dia a dia tome a sua cruz e siga-me.” Logo, se evangelho é sinônimo de cruz e o é, a vida do ministro do evangelho requer sofrimento, perda, abnegação, pois esse é o significado da cruz. Ele poderia ainda arrazoar, mas esse mandamento do Senhor Jesus é para todos os seus seguidores; eu não terei como descordar dele, haja vista, o Senhor ter me dado à oportunidade de ter estudado no seminário para saber interpretar um texto da Sua Palavra e saber que ele está certo sobre o texto, mas não poderei ficar calado e não dizer para ele que o ministro do evangelho tem uma responsabilidade bem maior, pois ele foi comissionado para viver do evangelho, sua vida é integral ao ministério, além do mais, ele como líder deve ser o primeiro a dar o exemplo, pois assim saberão que a sua prédica sobre a Palavra do Senhor não soa a farisaísmo, pois ele vive o que prega. É como o menino que se colocou a observar o pastor que colocava uma cerca em torno da sua casa. E o menino observava o pastor dar as marteladas no prego para firmar a madeira da cerca e de repente o pastor perguntou ao menino que observava atentamente:
- Quer aprender é?
- Não, disse o menino, estou é observando para saber o que o pastor vai gritar depois que der a martelada no dedo.
Os outros esperam pelo nosso exemplo.
Se a pessoa que me indaga não se der por convencida, terei que ir a um texto mais profundo e mais intenso sobre o assunto. E esse texto que agora escolhi é bem mais enfático, pois o contexto aponta para o apóstolo Paulo repreendendo e corrigindo alguns da igreja de Corinto que estavam se achando os super-espirituais, os maiorais por causa do evangelho. E é nesse ponto que o apóstolo mostra exatamente o contrário, pois ele fala que os apóstolos, ou seja, os “maiores ” líderes da época, sofreram muitíssimo. Será que estou preparado para isso Senhor? Pois quando leio esse texto sinto vergonha de querer ser um pastor, será que estou pronto? Diz o texto que até à presente hora, eles sofriam fome, e sede, e nudez; e eram esbofeteados, e não tinham morada certa, e se afadigavam, trabalhavam com as próprias mãos. Quando eram injuriados, bendiziam; quando perseguidos, suportavam; quando caluniados, procuravam conciliação; até aquele momento, eram considerados como lixo do mundo, escória de todos (I Co 4.11-13). Sei que ser um bom ministro do evangelho envolve sofrer fome algumas vezes, sede, não ter dinheiro para comprar roupas ou ter aquilo que queria, ser esbofeteado, às vezes não fisicamente, às vezes sim, mas hoje em dia sempre somos esbofeteados metaforicamente, quando um irmão que tanto amamos, que tanto ajudamos é o primeiro a dizer que não nos quer mais na igreja, ou como um presbítero em disponibilidade disse a um colega de ministério que não queria nem vê-lo morando na mesma cidade que ele. Se não temos morada certa Senhor, estamos vivendo em um tempo em que até estão vetando a nossa morada em alguns lugares, como em outra ocasião disseram para um pastor que ele não poderia morar em uma casa com interfone, pois era muito sofisticado e nenhum membro da igreja daquele pastor tinha tal privilégio.
Qual a qualificação para saber se estou preparado ou não Senhor? Ah! Agora entendi. Agora estou começando a enxergar e não precisei nada mais nada menos do que a própria Escritura Sagrada, dentro do próprio texto que acabei de citar. Agora eu sei muito bem, o que há de me qualificar como preparado é exatamente essa parte do texto que diz que quando somos injuriados, bendizemos; que quando somos perseguidos, suportamos; quando caluniados, procuramos conciliação. Então Senhor, quando alguém me ofender por causa do Evangelho, eu devo bendizer e glorificar ao Senhor com as minhas palavras e atitudes. Quando alguém me perseguir por causa do evangelho eu devo ter um espírito de resignação ante as adversidades e quando alguém falar mal de mim para os outros, ao invés de eu ficar triste, chateado ou até virar o rosto a essa pessoa, eu devo amá-la e procurar viver bem com essa pessoa. Ah! Agora entendo Senhor. E também sei porque isso há de me qualificar para o ministério, pois as primeiras partes desses dois versos, a saber, injuriados, perseguidos e caluniados, serão uma constância na minha vida, ajuda-me Senhor a ser qualificado e que sejam constantes também na minha vida ministerial, o bendizer, o suportar e o conciliar, e que eu nunca me esqueça de Seu Filho, o meu Salvador, que foi e é o maior exemplo de sofrimento sem reclamações nem animosidade, mas que foi obediente ao Senhor até a morte e morte de cruz. Senhor, Faz-me um ministro do evangelho preparado e preparado para ser nas palavras do apóstolo Paulo, lixo do mundo, escória de todos. Se hei de me alegrar, ou me gloriar Senhor, gloriar-me-ei nisso. O que eu peço ao Senhor é auxílio para essas horas.
Sei que no conselho do apóstolo Paulo a um jovem pastor chamado Timóteo, o Senhor inspirou seu servo a dizer que: nos últimos dias, sobreviriam tempos difíceis, pois os homens seriam egoístas, avarentos, jactanciosos, arrogantes, blasfemadores, desobedientes aos pais, ingratos, irreverentes, desafeiçoados, implacáveis, caluniadores, sem domínio de si, cruéis, inimigos do bem, traidores, atrevidos, enfatuados, mais amigos dos prazeres que amigos de Deus, tendo forma de piedade, negando-lhe, entretanto, o poder. E que destes ele deveria fugir. II Tm 3.1-5.
Também serei um jovem pastor, por isso, aplico essas palavras a mim mesmo. Pois é exatamente isso que vejo no nosso mundo hodierno, ser pastor no século XXI é ser pastor em um tempo muito difícil, sei que em outros tempos também o era, mas o amor de muitos tem se esfriado e tudo falado pelo apóstolo tem sido a marca do nosso mundo pós-moderno. E uma das provas dessa verdade, a saber, que ser pastor nos dias de hoje é tarefa difícil, reside no fato da pluralidade da verdade. O que outrora não existia. E isso não desorientava tanto as pessoas a cerca daquilo que é correto. Hoje as pessoas praticam seus erros e dizem que é normal, que na concepção deles é correto. Exemplificando isso, a cultura de hoje diz que sexo antes do casamento é totalmente aceitável e permitido. A televisão só propaga a promiscuidade, mulheres semi-nuas, quando não nuas. A criação das nossas crianças nas escolas e nos centros urbanos é de que só uma pessoa que realiza tais coisas é realizada, é completa, é experiente. Ah Senhor! Ajuda-me a andar na contra cultura do mundo, mesmo sendo tão jovem. A psicologia trata o pecado como uma falta de se suprir as carências humanas.
O que dizer das igrejas, até elas foram afetadas, hoje são muitas as que não pregam mais a cruz Cristo, mas a satisfação pessoal. O slogan delas é Jesus Cristo é o Senhor, mas são os homens que mandam e desmandam, tem aparência de que estão debaixo do senhorio de Cristo, mas são, nas Palavras do apóstolo, egoístas, avarentos, jactanciosos, arrogantes, blasfemadores, irreverentes, desafeiçoados, implacáveis, caluniadores, sem domínio de si, cruéis, inimigos do bem, traidores, atrevidos, enfatuados, mais amigos dos prazeres que amigos de Deus, tendo forma de piedade, negando-lhe, entretanto, o poder. Eles prometem coisas absurdas pensando só no lucro e na quantidade de pessoas que podem ir aos seus templos. A teologia da prosperidade é horrenda porque não glorifica a Deus, mas aos bens. Faço minhas as palavras de um pregador norte americano chamado John Piper. Eu sinto ódio por essa teologia.
Por saber, que o Senhor me chamou para ser um porta voz da sua mensagem é que eu abomino tais atitudes de certas pessoas que levantam a faixa com o nome do Seu Filho amado Jesus Cristo, mas que só pensam no dinheiro. Como certa cantora evangélica que não quis se hospedar no melhor hotel de uma cidade no interior do Tocantins, por considerar aquela cidade muito pobre para ela, então foi para outra cidade e só a noite é que ela apareceu para “dar seu show gospel”. Em qualquer que seja a língua, tais pessoas que se dizem cristãs nunca deveriam usar a palavra evangelho até o momento em que elas entenderem o que isso significa, pois evangelho é amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos. Destarte, evangelho é amor para com todos e não para com o dinheiro. Essas pessoas por terem acesso à publicidade deveriam honrar o nome de Jesus e não envergonhar, deveriam até mesmo dependendo da ocasião e do local não cobrar nada para ir cantar, mas ir aos longínquos lugares da terra para pregar a Palavra de Deus e realizar um grande impacto nos lugares onde elas passarem.
É por isso Senhor que as igrejas estão cheias de “louvorzão” e vazias do Senhor. Letras sem a cruz, mas cheias de satisfação pessoal. Vazias de louvor ao Senhor, mas cheias de emocionalismo. Palavras como “apaixonado por Jesus”, “Chuva de Deus nesse lugar”, “vem me queimar Senhor”, são clichês evangélicos, são vazias de tudo e cheias de nada. Se o rítimo e a musicalidade agrada, se me tocou e me fez chorar, vamos cantar nas nossas igrejas. Esse é o pensamento do cristão moderno. Ajuda-me Senhor a ser um pastor que pensa diferente daqueles que pensam assim, não quero ser só um pastor que pensa diferente de outros só por pensar, mas que prefere pensar conforme o Senhor diz como a igreja deve ser.
O pastor contemporâneo parece um animador de auditório, após a sua prédica, quando as pessoas saem dos templos depois de vinte minutos de pura gargalhada, elas dizem: “o culto hoje foi uma bênção”. Quando não é o próprio pregador que pergunta ao irmão, ou ao visitante: “gostou do culto?” Como se o culto fosse simplesmente para satisfação pessoal. Com essa pergunta a pessoa pode até responder: “Ah claro, hoje cantou aquela música que eu gosto tanto e o senhor pastor, só falou vinte minutos, foi muito bom”. Esse é o motivo de haver tantas igrejas evangélicas espalhadas pelo Brasil, igrejas para todos os gostos. O censo religioso no Brasil mudou, aumentando em favor dos protestantes, mas no país mesmo não há muita mudança, a falta de moralidade continua a mesma.
Se o pastor não prega a palavra de Deus, o evangelho, quem diria os membros da igreja do nosso século. Passam horas em frente da televisão e o seu vizinho nem sabe que ele é crente, se sabe é porque o viu saindo com a bíblia, mas não porque falou de Cristo a ele. Já houve tempos em que os folhetos eram usados com freqüência para evangelização, hoje em dia, como desculpas para não se evangelizar, os crentes dizem: “esse método de evangelização é retrógrado”, mas eles mesmos não propõem um outro método e quando propõem não é sadio. Ajuda-me Senhor, para que eu não seja reprovado naquilo que condeno.
E é pensando nisso que agora Senhor, passo a rogar por mim, diante da dificuldade exposta não teria como me escusar da responsabilidade que tenho ante toda essa dificuldade que encontrarei pela frente e é por isso que peço forças para a caminha cristã. não permita ó Deus que eu venha negligenciar a oração e a leitura da Sua Palavra. Que eu venha me aproximar do Senhor sempre, quer na bonança, quer na agitação das lutas da vida. Quer na tribulação, quer na falta da mesma. Que a Palavra do Senhor encha o meu coração antes da minha preparação para pregar para a igreja. Impeça ó Deus que eu me torne um religioso e trate o ministério pastoral como uma profissão qualquer, visando só o dinheiro. Salve-me Senhor Deus de tratar as pessoas diferentemente, preferindo umas por terem uma condição financeira melhor, visitando assim, mais aqueles que tem uma posição social melhor do que as outras. Que eu sempre procure dar o melhor de mim e que na minha preparação para o serviço do Senhor eu procure não o melhor para mim, mas para Sua obra ó Deus. Toda vez que eu for pregar, que eu não me ensoberbeça a ponto de achar que não preciso mais estudar o texto das Sagradas Escrituras, que o tempo de ministério não me deixe cair nesse erro de achar que já sei o suficiente. E que o Senhor me conceda condições, se assim for da Sua vontade, de avançar um pouco mais nos estudos, procurando ser mais qualificado para lhe servir com o dom do ensino que o Senhor me deste. Sonho em ter algumas coisas nessa vida, mas que meus sonhos nunca estejam entre mim e o Senhor. Mas que sejam sempre para Sua Glória. Ensina-me Senhor a ter auto-disciplina, para que possa lhe servir melhor, como um bom soldado que sabe que deve agradar quem o arregimentou.
Por fim Senhor, deixei para pedir por último por aquilo que o Senhor me concedeu de mais precioso nesse mundo, a saber, a minha família. Certa feita, eu ouvi de um colega de ministério uma frase que ficou guardada no meu coração e na minha memória. Ouvi que o pastor deveria pastorear sua família mais do que a igreja, pois a igreja pode ser que Deus nos tire dela e traga outro pastor para ela, mas a minha família somente eu posso pastorear do jeito que ela precisa e do jeito que Senhor quer. E é por isso Deus que eu rogo pela minha esposa, tão querida e tão amada por mim e que resolveu me seguir nessa jornada para qual o Senhor me comissionou, a vida de pastor não é nada fácil, e ela simplesmente escolheu ficar comigo e me acompanhar aonde quer que eu vá, muito obrigado Senhor pela minha esposa, enquanto as palavras fluíam para descrever e pedir pelas outras coisas, agora elas me faltam ó Deus, não porque já estou cansado de falar, ou porque os outros pedidos eram mais simples, ou até mesmo mais importantes, não é isso; muito pelo contrário esse sim é o pedido mais importante e esse era o momento em que eu ansiava a chegar na minha oração, a saber, o momento de intercessão por aqueles que o Senhor me deste, faltam-me as palavras, por não encontrar palavras a altura para agradecer pelo presente mais sublime, mais formidável que o Senhor poderia me conceder depois da salvação.
Fortaleça-me Deus para que eu a ame, para que cumpra os meus votos matrimoniais dia após dia, para que se possível for eu conceda a ela tudo que ela tiver necessidade. Que eu me sinta atraído somente por ela, que meus olhos se voltem somente para ela e que a ela eu seja sempre fiel. Que nos momentos de egoísmo que nós seres humanos sempre temos, que eu não me esqueça o quanto ela tem cuidado de mim e o quanto ela tem sido uma esposa devotada e que isso esmague o meu egoísmo e eu dedique-lhe tempo, atenção e conceda-lhe tudo o que ela precisar.
Hoje a minha esposa é a minha família, mas chegará o dia em que os nossos filhos virão, segundo a boa vontade do Senhor, e se unirão a nós para nos completar familiarmente falando. E é também por eles que eu rogo Senhor. A aptidão inata de paternidade que o Senhor Deus colocou no coração do ser humano é extraordinária e é baseada nela que eu sei que minha proteção nunca será de mais e essa oração já faz parte dessa proteção, assim como Jó orava pelos seus filhos de madrugada, quando estes se banqueteavam, buscando assim favor da parte do Senhor por eles (Jó 1.4-5), de semelhante forma eu faço, sei que eles ainda nem existem, e é no exemplo do Senhor Jesus, meu mestre que eu me estribo, pois Ele orou ao Senhor por aqueles que ainda haveriam de crer nEle por intermédio da Sua Palavra (Jo 17.20). A minha oração Deus é que acima de tudo, antes de qualquer dádiva que o Senhor possa conceder a eles, que eles possam ser genuinamente salvos e remidos pelo sangue de Jesus. As outras coisas são nada se comparada a essa, nem mesmo a saúde, bons estudos, um bom trabalho se compara com a vida eterna que só o Senhor pode dar. Um pai poderia aspirar pela saúde, estudo e emprego dos filhos, e eu aspiro por todas essas coisas, mas é pela salvação deles que eu rogo, sei que eles estão dentro da aliança pactual que nós temos por intermédio de Cristo, sei que eles já pertencem ao Senhor antes mesmo da fundação do mundo, mas quantos são até mesmo os filhos de pastores que receberam as instruções do evangelho desde a terna infância, mas que depois se desviram dos caminhos do Senhor, e isso não porque o Senhor falhou, mas porque falharam em algum quesito os pais, e eu Senhor estou suscetível aos vários erros que um pai pode cometer na criação dos filhos. Que o Senhor me dê forças para ler a bíblia com eles, orar com eles, ensiná-los que fomos criados para glória do Senhor e tantas outras coisas mais concernentes ao seu reino ó Deus.
Não peço isso, mas se porventura a graça do Senhor me favorecer a oportunidade de estar vivo para ver meus netos, que eu tenha o privilégio de ver a mesma dádiva dos meus filhos neles e em tantos outros da minha posteridade.
E, Senhor Bendito, na minha velhice, se aprouver a sua infinita graça que eu viva até esse dia, quando eu já estiver cansado e as forças me faltarem, que eu possa olhar para trás e repetir as palavras do apóstolo Paulo em II Tm 4.7: “Combati o bom combate, completei a carreira, guardei a fé. Já agora a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, reto juiz, me dará naquele Dia; e não somente a mim, mas também a todos quantos amam a sua vinda”. Mas até chegar esse dia Senhor, creio que há muito por fazer, afinal de contas, hoje é que é o dia da minha ordenação, hoje é que é o começo. Guarda-me Senhor das minhas próprias paixões, dos meus defeitos e do mundo para que eu possa chegar até o fim da minha carreira cristã e ministerial, para Glória do Senhor. E tudo isso eu lhe peço Senhor, baseado nos méritos e no nome do Seu Filho amado, o nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, segundo a Sua santa e perfeita vontade.
Amém e Amém. 02/02/08 Danilo Alves Rocha.

4 comentários:

Rev. Danilo Alves disse...

Querido e caro amigo de seminário e ministério Fábio. Gostaria que você colocasse na lista de blogs recomendados o que fiz daqui do campo missionário, para que possamos divulgar a obra de Cristo aqui em Augustinópolis. Segue o endereço: www.ipbaugustinopolis.blogspot.com
Fiz também um pessoal, mas as publicações que lá estou postando, faço o mesmo aqui, destarte, desse não é preciso. Abraços amigo e fica com Deus. Espero revê-lo em breve. Manda um Abraço meu e da Kelly para a família também.
Em Cristo,
seu sempre amigo,
Danilo Alves

Fábio Henrique disse...

Rev. Danilo, saudade vc meu pastor, amigo e irmão em Cristo. Olhe, será um prazer colocar o link da IPB em Augustinópolis no Blog, aliás, devo recordá-lo de ele é nosso. Ah! E por favor, mande-me o endereço do seu. Outra coisa: pode deixar que darei o abraço na família. Até breve! Abs em Cristo, nosso comum Salvador e Senhor,
Lic. Fábio Henrique

Anderson Gonzaga disse...

Rev. Danilo,

Desejo que essa chama no seu coração permaneça acesa e produza frutos de fidelidade a Deus em todo o seu ministério, para a glória do Deus vivo.

Rev. Danilo Alves disse...

Querido Anderson muito me alegrou seu desejo das graças do Senhor sobre minha vida. E que o Eterno possa lhe enriquecer mais e mais com a graça do Evangelho.
PS: Dei uma passadinha no seu blog pessoal.
Fica com Deus.

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